Alguns dos principais expoentes do PSDB, como os governadores Geraldo Alckmin, de São Paulo, e Marconi Perillo, de Goiás, e o presidente em exercício da Executiva Nacional, ex-governador Alberto Goldman (SP), estão prontos para pedir para o governador José Pedro Taques permanecer no ninho tucano. Desde o mês passado ele manifestou descontentamento com a legenda, tendo rusga pública com o deputado federal Nilson Leitão. Marconi Perillo foi quem levou a situação à alta cúpula do PSDB, que realiza convenção nacional no próximo sábado (9). “Pela envergadura e por sua história, a permanência do governador Pedro Taques n PSDB é imprescindível e indiscutível. Após uma boa conversa vai decidir por continuar no partido”, avaliou Perillo, via assessoria, após insistentes contatos da reportagem do Olhar Direto. Leia Mais: – Taques diz que passa o dia fazendo contas e se sente mal por falta de dinheiro para saúde e salários – Pedro Taques repassa R$ 107 milhões para Poderes pagarem folha salarial de novembro Os líderes tucanos tomaram conhecimento da insatisfação de Taques com parcela do Diretório do PSDB de Mato Grosso e, também, do suposto convite do presidenciável Cristovam Buarque, senador da República pelo Distrito Federal, para o amigo ingressar no Partido Popular Socialista. O convite possuiria até mesmo o aval do presidente do Diretório Nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), embora existam rumores de resistência do grupo do presidente regional, ex-prefeito Percival Muniz, de Rondonópolis. Pedro Taques e Cristovam Buarque possuem laços de amizade há algum tempo e estreitaram o relacionamento político nos embates internos do Senado. Em 2012, Buarque chegou a lançar Taques para a presidência do Senado, num enfrentamento contra o senador alagono Renan Calheiro (PMDB), eleito para o cargo. Embora na haja clareza sobre o que teria motivado o estremecimento de Taques com a cúpula partidária, é quase certo que tenha se iniciado com desentendimento com o deputado federal Nilso Leitão, ex-presidente do diretório Regional e pré candidato ao Senado. Taques argumentou com Leitão quanto à inviabilidade política e eleitoral de dois nomes saírem do mesmo partido, para compor a chapa majoritária. Afinal de contas, na mesma aliança são esperados, entre outros, o ministro da Agricultura, senador mato-grossense Blairo Maggi (PP), para a reeleição; o ex-senador Jayme Campos (DEM), vice-governador Carlos Fávaro (PSD) e ex-prefeito Mauro Mendes, de Cuiabá. Diante do contexto, Taques pediu para Leitão refluir da candidatura e adiar o projeto da briga pelo Senado. Leitão não aceitou e entregou a presidência estadual do PSDB ao ex-vereador Paulo Borges Júnior, para ficar livre e construir sua candidatura ao Senado, em 2018. E a decisão de Nilson Leitão teria feito Pedro Taques repesar sua filiação partidária. O chefe do Poder Executivo sabe que, se for candidato à reeleição, terá que montar a aliança com inteligência e que a tendência é de enfrentar um pleito duríssimo, em 2018. Para vencer, terá de contar com os aliados certos, na hora certa.