As investigações que resultaram Operação Bereré, desencadeada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), nesta segunda-feira (19), tiveram a maior parte dos dados apurados e repassados em 2015 e 2016, na gestão do governador José Pedro Taques. Os primeiros passos foram dados em 2013, com abertura do inquérito que resultou em 49 mandados de busca e apreensão, executados pelo Gaeco e Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso.
O chefe do Poder Executivo afiançou que a investigação foi solicitada ao Ministério Público do Estado (MPE) e ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) por ele e pelo delegado Rogers Elizandro Jarbas, então presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Ele lembrou que houve tentativa de rescindir o contrato, mas não foi possível, por causa da determinação de multa acima de R$ 100 milhões.
“Desde 2015 iniciamos as tratativas para rescindir o contrato. Temos ofícios encaminhados ao Ministério Público, com resposta do MPE dizendo que necessitaríamos de decisão judicial, uma vez que a multa estabelecida no contrato, em 2009, era superior a R$ 100 milhões”, afirmou Taques, depois de inaugurar central de atendimento do Detran, nesta segunda-feira (19), no subsolo do Goiabeiras Shopping – região Oeste de Cuiabá.
O governador mandou o secretário de Estado de Segurança Pública, delegado Gustavo Garcia, apresentar os documentos com pedidos de rescisão de contrato e mostrar à sociedade. “Em verdade, na nossa administração, o lacre [da placa de carro] caiu de R$ 20,00 para R$ 2,00. O doutor Gustavo Garcia vai mostrar esses detalhes”, reforçou o chefe do Poder Executivo, ao lado do titular da SESP e do presidente do Detran MT, Thiago França.
Por coincidência, antes de Thiago França, os presidentes do Detran na gestão Pedro Taques eram delegados da Polícia Judiciária Civil: Rogers Jarbas e Arnon Osny Mendes Lucas. “Na nossa administração, desde que assumimos, o doutor Rogers e o doutor Osny; e, agora, o Thiago, além da SESP, sempre trataram o caso como prioridade. Fomos nós quem levamos o caso ao MPE e Tribunal de Contas”, sintetizou Taques, para a reportagem do Olhar Direto.
Apesar da ordem de Taques, o secretário Gustavo Garcia não apresentou os documentos sobre o caso. Garcia também atendeu nem retornou às ligações da reportagem do Olhar Direto.
A delação premiada do ex-presdietne do Detran, Theodoro Lopes Moreira, o Dóia, contribuiu para dar musculatura às investigações e para o Gaeco deflagrar a Operação Bereré.
Olhar Direto.