A juíza aposentada e pré-candidata ao Senado, Selma Arruda (PSL), criticou o vazamento da decisão da Comissão de Segurança do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, que determinou a suspensão de sua escolta armada.
“Não sei quem divulgou, se foi a comissão, não sei o que aconteceu. Mas penso que tornar público o fato de que pessoa não tem mais nenhum tipo de proteção é quase um crime. É como me botar numa jaula de leões esperando que eu seja executada”, disse Selma, em entrevista à Rádio Capital FM, nesta terça-feira (22).
A magistrada afirmou que a publicidade da decisão – cujo processo é sigiloso – a torna ainda mais vulnerável a uma ação criminosa.
“O que me espanta mais e que me deixou mais triste com essa história não foi nem o fato de ter retirado o direito de segurança. Foi que esse processo é sigiloso e a retirada da segurança tornou-se pública. Ou seja, qualquer bandido, qualquer ladrão, qualquer um dos que prendi, dos que eu condenei, agora sabe que estou sem segurança”, afirmou.
Selma reiterou que irá recorrer da decisão, por entender que ainda existem situações que colocam em risco sua integridade física.
Ela citou ameaças recentes feitas, por exemplo, pela facção criminosa Comando Vermelho.
Segundo Selma, há, inclusive, um relatório da Corregedoria do Tribunal de Justiça citando que criminosos estariam fazendo um cerco a sua residência.
“Recebi várias ameaças em razão da função que exerci. A última delas na sexta-feira passada e é ligada provavelmente a um fato ocorrido quando eu estava na 7ª Vara, que foi a exoneração de um policial. Não vou dar detalhes, pois os fatos estão sob investigação do GCCO”, disse.
“Antes disso, em março, havia recebido outra ameaça do Comando Vermelho. Em dezembro, a Corregedoria do TJ me passou notícia de que o Comando Vermelho estaria comprando fuzis, armas, cercando minha casa. Sabiam dos meus atos. Então, esses fatores por si só são indicativos de que estou sim ainda sob risco e decorrente das minhas atividades na 7ª Vara Criminal”, acrescentou.
A juíza aposentada citou ainda que a própria Coordenadoria Militar do TJ deu parecer no sentido de que ela deveria permanecer sob escolta por, no mínimo, seis meses.
Atos políticos
Ainda durante a entrevista, Selma Arruda rebateu a alegação da Comissão de Segurança dando conta de que ela teria descumprido os protocolos de segurança, usando a escolta para eventos políticos e fins particulares.
“Estou aposentada e tenho o direito de exercer meus direitos políticos, inclusive, de exercer meu direito de ser pré-candidata, de exercer militância politica. Qualquer cidadoa tem esse direito. Não vejo porque não exercer esse direito e fazer também uso do meu direito a escolta”, disse.
“Não sei de onde tiraram que estou quebrando algum tipo de protocolo. Ainda que fosse um comício que estou participando, que não é o caso, como cidadã que tem o direito de ser candidata, também tenho o direito, como juíza aposentada que se ariscou muito pra aplicar a lei nesse Estado, tenho direito a segurança e não vejo porque isso não pode ser reconhecido”, concluiu.
Fonte: Mídia News