Classificado por Alan Malouf como “peça-chave” do esquema que desviou recursos da Secretaria de Estado de Educação, o deputado Guilherme Maluf (PSDB) afirmou que as acusações do empresário, de quem é primo, são um “insulto à inteligência das pessoas”. O tucano teria recebido R$ 40 mil em propina, segundo consta da delação premiada de Alan Malouf homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
“É a fala dele que recebeu contra a minha que não recebi. Um esquema de milhões e milhões e ta dizendo que me deu R$ 40 mil? Poxa, é até um insulto à inteligência das pessoas. Como é que eu sou essencial?”, questionou o deputado.
A delação de Alan Malouf foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 19 de abril deste ano. O sigilo do documento foi retirado na semana passada e revelou uma trama classificada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, como um “esquema complexo de arrecadação de verbas para campanhas eleitorais”.
Além de incriminar o governador Pedro Taques (PSDB), Malouf envolveu uma série de políticos, inclusive seu primo. Guilherme Maluf teria recebido R$ 40 mil em propina, dinheiro desviado da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) no esquema que veio à tona com a deflagração da Operação Rêmora.
O deputado é acusado, ainda, de integrar o núcleo de liderança da organização, sendo beneficiário direto de parcela da propina arrecadada, além de se valer das influências políticas proporcionadas pelo cargo eletivo para promover as articulações necessárias. As fraudes, conforme apontado pela Rêmora, totalizariam desvios na ordem de R$ 56 milhões.
“Essa delação do Alan já é algo, no meu caso, antigo. Inclusive, existe uma denuncia contra mim, eu já prestei depoimento e acho que isso tem que ser investigado. O Alan não trouxe nenhum fato novo, mas deu essa repercussão tamanha em função do suposto envolvimento do governador e de seus secretários. Quem fez isso tudo foi o Alan e o grupo todo que ele formatou. No começo, essa denúncia foi colocada pelo Alan para chegar ao Superior Tribunal de Justiça, aí não conseguiu ganhar esse foro e foi para Brasília fazer delação. Mas, efetivamente sobre mim, não há fato novo nem provas. Então vou aguardar e provar minha inocência”, pontuou Guilherme Maluf.
Fonte: Olhar Direto