Coordenador do Ciopaer cita destreza de piloto para salvar agentes da Força Nacional em queda de helicóptero no Pantanal

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Foto: Reprodução
CAMARA VG

Fonte: Olhar Direto

O coordenador do Centro Integrado de Operações Aéreas de Mato Grosso (Ciopaer), coronel PM Juliano Chiroli, citou a destreza de Renato de Oliveira de Souza, agente especial da Polícia Civil do Distrito Federal e piloto do helicóptero da Força Nacional que caiu no Pantanal mato-grossense, no dia 08 de outubro, para colocar a aeronave no chão e salvar seus companheiros. O policial recebeu alta nesta quarta-feira (21) e foi transferido para o Rio de Janeiro, onde continuará os tratamentos na casa de familiares.

“A ocorrência de acidente e a sobrevivência de todos, é resultado da destreza e capacidade do piloto de responder a pane, colocar a aeronave no solo e salvar a vida de todos. Obviamente em um acidente aeronáutico, é uma certeza que a aeronave se quebre, que tenha destroços. Mas no caso, com muito êxito, o piloto fez a sua ação e todos estão vivos”, comentou o coronel.

Além disto, Chiroli destacou que a aviação por si só traz seus riscos inerentes à atividade. “Já a de Segurança Pública, traz muito mais, pois fazemos voos a baixa altura, em ações policiais, de resgate. A exposição ao risco da nossa atividade é muito maior”.

Foto: Tchélo Figueiredo – SECOM

“Dificilmente em um acidente de helicóptero você vê um sobrevivente. Felizmente o Renato deu os últimos comandos, e, na verdade, um salvou o outro naquela situação. Tivemos psicólogo, fisioterapeuta, as pessoas da área da aviação que o visitaram. Foi um trabalho em equipe”, disse o desembargador do Rio de Janeiro, Rogério de Oliveira Souza, irmão de Renato, que esteve com ele durante 15 dias, em Cuiabá.

O secretário de Segurança Pública (Sesp), Alexandre Bustamante, foi outro a comemorar o desfecho positivo do fato. “Esta história começa em um acidente no Pantanal, onde fomos ao resgate de todos os servidores. Agora, este policial está voltando para sua família, está fora de perigo, mas não tem condições de voltar em um voo comum. Este avião que o levou para o Rio de Janeiro é resultado de um TAC, já fez diversos voos do interior para a Capital, trazendo pessoas que precisavam de assistência”.

“Estamos devolvendo ao Rio de Janeiro um piloto que estava combatendo o fogo no Pantanal. É motivo de orgulho ver que toda nossa assistência ajudou. Uma vida não tem preço. Ele veio para trabalhar, muitas vezes não dá tempo para conhecer. Fiz um convite, para quando estiver recuperado, que venha como turista, parceiro e amigo, comer um peixe. Conhecer nossas belezas naturais”, completou o secretário.

Transferência

Olhar Direto acompanhou a transferência do policial, na manhã desta quarta-feira, no hangar do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer). Sem poder gravar entrevistadas devido a sua função na Força Nacional, Renato disse em conversa informal com pessoas que o acompanhavam que nunca tinha passado por situação parecida e que veio com a missão de ajudar no Pantanal.

O agente ficará na casa de familiares, no Rio de Janeiro. Ele disse que ainda sente muitas dores por conta das fraturas que sofreu no acidente. A viagem na aeronave do Governo do Estado tem duração de três horas e meia, aproximadamente.

O médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Otávio Fernandes, que acompanha o policial em sua viagem até o Rio de Janeiro, disse que Renato teve uma fratura a nível de lombar. “Foi feita toda a cirurgia necessária. Agora está estável e continuará o tratamento em casa. O paciente não tem nenhuma grande comorbidade que possa dar problema no voo”.

“O transporte é de média complexidade. Tudo o que envolve uma UTI Aérea é assim. Estaremos eu, uma enfermeira, o piloto e o co-piloto fazendo o translado”, finalizou o médico.

Fraturas

Os sobreviventes do acidente aéreo no Pantanal mato-grossense, que envolveu a queda de um helicóptero da Força Nacional tiveram diversos ferimentos.

O piloto da aeronave, Renato de Oliveira de Souza, que é agente especial da Polícia Civil do Distrito Federal, teve fratura de face e na primeira lombar.

Já o copiloto, Luiz Fernando Berberick, que é inspetor da Polícia Civil do Rio de Janeiro, chegou ao hospital com choque hipovolêmico, fratura na tíbia, fíbula esquerda e no tornozelo direito. Ele passou por cirurgia e deve receber alta no sábado.

Já o segundo sargento da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, Emerson Miranda, que também estava compondo a equipe, teve poucos ferimentos e nenhuma fratura. Ele irá embora de Mato Grosso por terra.

O acidente

Conforme o Olhar Direto apurou, um pantaneiro presenciou a queda e logo conseguiu buscar ajuda. O helicóptero da Força Nacional chegava ao local para ajudar no combate às chamas e fez o pouso forçado por volta das 15h, num ponto de difícil acesso que fica há pouco mais de 15km do Porto Jofre, local de grande visitação turística no Pantanal.

No local, conforme as fotos recebidas pelo Olhar Direto, é possível ver que a aeronave teve partes despedaçadas, a cauda quebrada e chegou a tombar. O motor ficou exposto no solo.

“Foi por Deus mesmo. Uma verdadeira ajuda Divina. O helicóptero despedaçou. Tá todo quebrado. Eu nunca vi isso aqui”, disse o pantaneiro, conhecido como Nego e que trabalha na região há mais de 20 anos. Ele também ajudava a cuidar da área para evitar que o fogo atingisse a área da fazenda onde ele trabalha. Nego que chamou ajuda assim que percebeu a queda.

A queda será investigada pelo Serviços Regionais de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa VI), que é ligado ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).

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