Os criminosos membros de um escritório utilizado para a prática de estelionatos, desarticulado pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) de Cuiabá, na quarta-feira (10), usaram o documento falsificado de um tenente-coronel da Polícia Militar e conseguiram gastar R$ 12 mil no nome dele, após terem conseguido abrir quatro contas falsas.
No dia da ação, foram apreendidos um notebook que estava aberto no site do Governo, cartões de créditos, além de vários documentos falsos emitidos em nome de autoridades do estado, entre delegados, investigadores, oficiais da Polícia Militar, auditores do estado e peritos da Politec.
“Conseguiram abrir a conta no nome de um investigador de polícia e também no de um tenente-coronel da PM, que tomou ciência de que os documentos foram fraudados. Ele entrou em contato com o Banco Central e descobriu que abriram quatro contas no nome dele. Um dos bancos liberou uma margem de crédito de R$ 12 mil e os criminosos já estouraram o limite”, explicou ao Olhar Direto o delegado titular da Derf, Guilherme Bertoli.
Ainda conforme o delegado, os criminosos tinham conhecimento de quem eram as vítimas de seus golpes. “Viram que tinham um salário elevado, poder maior de compra. Cada vítima que teve o documento fraudado, tinha toda a checagem do score, que era alto. Eles tinham a base do salário, que tinham acesso em sites de transparência”.
A olho nu, os documentos não eram uma réplica perfeita. Porém, por conta da pandemia do novo coronavírus, muitas contas estavam sendo abertas de forma digital, o que dificulta uma verificação minuciosa. Além disto, eles tinham vários dados sobre as vítimas, o que auxiliou ainda mais no golpe.
As diligências iniciaram após os policiais da Derf Cuiabá receberem denúncia sobre uma casa no bairro Pedregal, em Cuiabá, utilizada para prática de crimes. Segundo as informações, no local funcionava um escritório especializado em golpes cometidos através de site de compra e venda pela Internet (OLX).
Ainda de acordo com a denúncia, uma arma de fogo produto de roubo praticado contra um investigador da Polícia Civil estaria escondida na casa. Com base nas informações, os policiais foram até o endereço em local de difícil acesso, próximo ao córrego do barbado.
Ao perceber a presença dos policiais, o suspeito empreendeu fuga pelos fundos da residência.
O delegado titular da Derf, Guilherme Bertoli disse que o responsável pela residência já foi identificado e que as investigações continuam para prender o suspeito, assim como identificar outras pessoas envolvidas nos golpes.
“O inquérito policial será instaurado para identificar a associação criminosa em sua amplitude e para demais medidas judiciais cabíveis”, disse o delegado.
Fonte: Olhar Direto – Wesley Santiago