Família de pastor preso por suposto estupro de adolescente acusa denunciante de mentir por vingança

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Foto: Reprodução
ALMT TRANSPARENCIA

A família do pastor, de 42 anos, preso, preventivamente, no dia 5 de abril, em Várzea Grande (região metropolitana de Cuiabá), acusado pelo crime de estupro de vulnerável, que teria sido cometido contra uma menina de 13 anos de idade, no município de Poconé (102 km de Cuiabá), disse, em entrevista ao Programa do Pop (TV Rondon 5.10), que as acusações que culminaram na prisão são falsas. Segundo esta versão, a denunciante seria namorada da filha do pastor e teria incriminá-lo após ele descobrir e determinar o fim do relacionamento.

De acordo com o delegado atualmente responsável pelo caso, Maurício Maciel Pereira, as investigações começaram ainda no primeiro semestre de  2020, quando o delegado titular da época instaurou inquérito sobre os supostos abusos cometidos contra a adolescente. Segundo o relato da mãe da menor que teria sido abusada, o pastor se aproveitava para cometer os crimes quando a garota dormia na casa dele, em Poconé. A suposta vítima frequentou a casa do pastor porque era amiga da filha dele.

A esposa do acusado, porém, contou uma versão diferente. Segundo ela, o marido teria descoberto que a filha estava mantendo um relacionamento com a denunciante na época dos fatos. Ele teria decidido interromper o suposto namoro da filha, o que, segundo a esposa, foi o motivo da denúncia de abuso.

“A gente notou que ela [filha do casal] mudou bastante… Aí nós resolvemos ter uma conversa com ela, meu esposo conversou com ela pra perguntar o que é que tava acontecendo, porque ele tava vendo algumas mudanças nela, algumas coisas que não eram de acordo com uma amizade entre duas meninas normais”, contou.

“Perguntamos pra ela, de início ela negou. Só que conforme os fatos foram acontecendo, nós fomos prensando [colocando contra a parede] ela e ela falou. Ela falou que tava tendo um relacionamento com a outra jovem, e aí aquilo desagradou muito a gente. Ai meu esposo resolveu cortar a amizade delas, assim como eu também”.

Após trabalho investigativo da Delegacia de Poconé, a Polícia Civil cumpriu um mandado de prisão preventiva, no dia 5 de abril, que havia sido expedido em seu desfavor. O suspeito foi encontrado em Várzea Grande, para onde, segundo a Polícia Civil, ele havia fugido e se mudado com a família.

O advogado do pastor, por sua vez, justificou a mudança do cliente com a perda do emprego que ele teve e a tentativa de sustentar a família em outra cidade.

“Se for comparar os fatos, no momento em que ele deixa a cidade de Poconé, foi no momento em que ele perdeu o emprego. Como que ele iria permanecer na cidade, sem ter o sustento de sua família, ou seja, ele mudou pra Várzea Grande, conseguiu um novo emprego, alugou uma casa, tanto é que eles estavam morando em um local que a própria energia estava no nome dele”, disse ao programa.

A filha do pastor afirmou ainda que a denunciante teria dito a ela que um tio cometia abusos contra ela. Em uma mensagem endereçada à menor, ela questionou os sentimentos que a menor dizia ter por ela. Entre uma alegação e outra, ela afirmou que espera que a menor pague pelos danos que tem causado à sua família.

“Eu gostava muito dela … como minha amiga. Onde que tá todo esse amor, que você dizia que tinha por mim, essa amizade verdadeira que você falava que tinha por mim, dizia que jamais me abandonaria, que jamais faria qualquer crueldade, amava a minha família e hoje a gente tá nessa situação por sua conta”.

“Perdemos o emprego, perdemos a vida financeira que a gente tinha, por tudo por uma acusação falsa que você fez contra a minha família. Mas uma coisa eu digo pra você, você também vai pagar por isso. Ter feito uma vingança, que não aconteceu, não aconteceu nada com vocês dois e eu digo que você ainda vai pagar por isso”, disse ao programa.

A família da menor foi procurada pela reportagem do Programa do Pop, que tentou marcar uma entrevista, porém, a mãe da menor não quis falar com os jornalistas.

O caso

A Polícia Civil de Poconé (104 quilômetros de Cuiabá) prendeu, na segunda-feira (05), um pastor de igreja investigado pelo crime de estupro de vulnerável cometido contra uma amiga de sua filha, de apenas 13 anos. O mandado de prisão foi cumprido após ele se entregar na delegacia da cidade.

De acordo com o delegado, Maurício Maciel Pereira, as investigações iniciaram em 2020, após a Polícia Civil ser comunicada sobre os abusos cometidos contra a adolescente de 13 anos de idade na época dos fatos.

Segundo as investigações coordenadas na época pelo delegado Ruy Guilherme Peral da Silva, o suspeito havia chegado há pouco tempo na cidade e a vítima logo se tornou amiga de igreja da sua filha. Com a amizade entre as duas, o suspeito aproveitava as ocasiões em a menor ia dormir em sua casa para praticar os abusos, chegando a tentar a manter conjunção carnal com a adolescente.

A menor decidiu revelar os fatos para sua mãe que registrou a ocorrência na Polícia. Diante das evidências, foi representado pela prisão do suspeito, que foi deferida pela Justiça, porém logo ao tomar conhecimento das investigações ele fugiu da cidade de Poconé.

Foram realizadas diligências em buscas do suspeito, porém os policiais não conseguiram localizá-lo. Recentemente as investigações foram retomadas e os investigadores descobriram que o suspeito estava frequentando uma igreja em Várzea Grande.

Através da negociação com os policiais, o suspeito se apresentou na Delegacia de Poconé na presença do advogado, ocasião em que teve a ordem de prisão cumprida.

 

Fonte: Olhar Direto – Michael Esquer

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