Mesmo com a pandemia, que suspendeu as atividades presenciais nas unidades da rede pública municipal de ensino desde o ano passado, o projeto de Equoterapia da Prefeitura de Cuiabá continua atendendo os estudantes. Por determinação do Prefeito Emanuel Pinheiro, após permanecerem suspensos por um período, os atendimentos foram retomados em novembro do ano passado. Cerca de 110 estudantes, cujos pais se responsabilizam em levar os filhos nos haras, estão sendo acompanhados.
O projeto utiliza o método terapêutico e educacional, por meio do cavalo, em uma abordagem interdisciplinar nas áreas da Saúde e da Educação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial dos estudantes com deficiência e outras necessidades especiais.
Quanto foi implantado em 2012, o projeto atendia 30 crianças/estudantes com Autismo e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Por determinação da gestão Municipal, o projeto foi ampliado e em 2017 passou a atender 60 alunos e, em 2019 o atendimento mais que dobrou.
A secretaria Municipal de Educação, Edilene de Souza Machado lembrou que a retomada dos atendimentos foi um apelo dos pais. “Nesse momento de pandemia, esse atendimento é fundamental para que os estudantes possam manter os progressos já alcançados e evoluir ainda mais. Nos haras, os cuidados de biossegurança são mantidos a risca. Os estudantes são atendidos por uma equipe pequena e em horários definidos”, explicou a secretária Municipal de Educação, Edilene de Souza Machado.
Atendimento
No Haras Twin Brothers, Cláudia Araújo Pereira Rodrigues fala das vitórias do seu filho, atendido pelo projeto de Equoterapia desde que ingressou na rede pública municipal, ainda na creche. “Por recomendação médica colocamos o Samuel na creche pra que ele pudesse aprender a conviver com outras crianças. Aos dois anos ele começou na Equoterapia. Desde então ele vem progredindo cada vez mais. Na verdade é um conjunto de atividades que juntas, com a escola e a sala multifuncional, trabalham aquilo que ele consegue fazer”, disse Cláudia.
Cláudia diz que o local é seguro, não há aglomeração, o grupo de profissionais é pequeno e todos os cuidados de biossegurança são mantidos, com higienização dos equipamentos e selas utilizadas nas montarias.
“A continuidade do atendimento da equoterapia têm nos ajudado muito nesse momento de pandemia. Como as atividades presenciais não estão acontecendo e meu filho não está indo na escola, ele sente muita falta. Os autistas tem muita energia e é preciso manter a rotina”, disse ela lembrando que Samuel participa das atividades pedagógicas de forma remota e física. “Samuel continua se desenvolvendo cada vez mais”, confirmou Cláudia.
Para Joel, que acompanha a rotina de Samuel nas atividades de equoterapia, as vitórias do filho são comemoradas com entusiasmo. “Essa é uma atividade que sempre ajudou muito meu filho, desenvolvendo as capacidades dele. Sempre estivemos juntos e vejo o quanto é importante esse trabalho”, disse Joel.
Taiane de Almeida Caldeira do Amaral, fisioterapeuta responsável pela Equoterapia no haras, disse que a participação da família é imprescindível para que a criança/estudante se sinta segura e se desenvolva. Sobre os cuidados adotados no atendimento ela destaca que é necessário para a saúde de todos. “Depois que retomamos os atendimentos, temos adotado todas as medidas de biossegurança, com utilização de álcool 70%, higienização das selas e dos brinquedos utilizados nas atividades lúdicas, uso de máscara e um número reduzido de praticantes por sessão. Tomamos todos os cuidados para não transmitir o vírus uns para outros, e consequentemente para as crianças e as famílias”, disse ela.
Projeto de Equoterapia
O Projeto de Equoterapia da rede municipal de Educação foi criado em 2015. As crianças participam das sessões, uma vez por semana, durante 50 minutos, no Haras Twin Brothers e no Rancho Dourado Eireli.
A criança manuseia e monta os cavalos que em razão da sua andadura tridimensional, emite para o cérebro do praticante, de 120 a 180 estímulos. Entre os benefícios da equoterapia estão a organização do esquema corporal e do espaço temporal, melhorias na coordenação motora e destreza, estímulo ao raciocínio lógico e matemático e ao sentido da realidade, desenvolvimento da linguagem, leitura e escrita. A atividade minimiza os distúrbios comportamentais tornando a criança mais sociável, melhorando a sua autoestima, sua autoimagem e autonomia.
A equoterapia é considerada uma das formas mais eficazes para reabilitação de pacientes com problemas motores, sendo indicada também nos casos de paralisia cerebral, lesões neuro-motoras (cerebral e medular), deficiências sensoriais (áudio-fono e visual), patologias ortopédicas, síndromes genéticas, autismo e outros.
Assessoria Prefeitura de Cuiabá