A técnica de enfermagem, Tatiane Borralho de Oliveira Silva, indiciada como mandante do assassinato de Noel Marques da Silva, de 53 anos, em agosto de 2020, teria dito à vítima que a mataria ou colocaria na cadeia. O fato foi motivado justamente pela herança deixada pelo policial militar. O relacionamento entre os dois era conturbado, e marcado por traições públicas.
Durante a apuração inicial sobre o homicídio de Noel Marques, ainda no local de crime os policiais da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) reuniram informações de que a morte teria sido encomendada pela viúva da vítima, assim como também se chegou à identidade de um dos executores.
No decorrer da investigação, diversas oitivas de testemunhas e familiares foram realizadas e o delegado reuniu informações de que a vítima e a ex-mulher viveram um relacionamento conturbado e marcado por traições públicas por parte da mulher, inclusive com postagens em redes sociais exibindo outros parceiros.
A investigação demonstrou que ela mantinha relações amorosas paralelas e após a morte, se apresentou totalmente despreocupada com a morte do marido. Os elementos colhidos mostraram uma personalidade fria e descomprometida da viúva, em diversos momentos após o homicídio do marido.
“Somando outros momentos da investigação, a viúva despontou então como mandante do crime e identificou-se o executor, conforme indícios produzidos no inquérito. A vítima chegou a comentar, conforme testemunhos, que a esposa lhe teria dito em algumas ocasiões que ‘ou ela o mataria ou o colocaria na cadeia’, explicou o delegado Caio Fernando, responsável pelo caso.
Indícios de autoria e materialidade delitiva foram reunidos na investigação presidida pelo delegado Caio Albuquerque, que chegou à identificação do autor dos disparos, um homem de 36 anos, que vitimaram Noel Marques, assim como da mandante do crime e da mãe dela, de 51 anos, que também foi responsabilizada.
O inquérito foi concluído nesta semana e remetido à 12ª Vara Criminal de Cuiabá, que acatou o pedido de conversão das prisões temporárias do autor e da mandante em preventivas. Em relação à outra mulher, a Justiça determinou medidas cautelares alternativas.
Os três foram indiciados por homicídio qualificado pelo motivo torpe, promessa de recompensa e também recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
Fonte: Olhar Direto