Levantamento feito pela Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), com base em dados divulgados pelo Ministério da Saúde até o dia 25 de outubro, mostram que 166 mil mato-grossenses estavam com a segunda dose da vacina contra a Covid-19 em atraso. As cidades mais populosas, como Rondonópolis e Cuiabá, são as com a maior quantidade de ‘faltosos’.
No total, em Mato Grosso, eram 166.208 pessoas que, até o dia 25 de outubro, não haviam ido tomar a segunda dose das vacinas contra a Covid-19. O maior problema foi identificado com a AstraZeneca.
No ranking de municípios com mais atrasos, englobando todas as vacinas estão: Rondonópolis (19.782); Cuiabá (18.111); Várzea Grande (14.099); Sinop (7.474) e Lucas do Rio Verde (7.042).
As cidades que possuíam, até aquela data, o maior número de pessoas com a segunda dose da AstraZeneca em atraso eram Cuiabá, com 7.529 e Rondonópolis, com 7.526.
Uma reunião na quinta-feira (04) entre o prefeito José Carlos do Pátio e a equipe gestora da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) definiu que quem estiver com a 2ª dose da vacina Astrazeneca atrasada poderá se vacinar com a Pfizer. Estas pessoas começam a ser imunizadas neste sábado (6). Segundo a Secretaria Municipal de Saúde a mudança foi causada pelo não envio das doses do imunizante produzido pela Oxford/FioCruz por parte do Ministério da Saúde.
Como há relatos de escassez da AstraZeneca em várias cidades de Mato Grosso, a Prefeitura de Cuiabá disse que as pessoas que tomaram a primeira dose da vacina Astrazeneca em outros municípios não poderão ser vacinadas na Capital. A orientação é dada após diversas pessoas de outras cidades procurarem as unidades da ‘Cidade Verde’ para tentar completar sua imunização.
Já os municípios com o maior número de segunda dose da CoronaVac atrasada eram: Rondonópolis (7.546); Cuiabá (6.963) e Várzea Grande (5.119). As colocações se repetem com a Pfzier, com a primeira com 4.710 e as duas últimas com 3.619 e 3.403, respectivamente.
Esta é a segunda edição do Boletim VigiVac da Fiocruz Bahia. No Brasil, 14.097.777 indivíduos estavam com mais de 15 dias de atraso para a segunda dose da vacina contra Covid-19 no Brasil. O número é o dobro do observado em 15 de setembro, quando foram registrados cerca de 7 milhões.
Os pesquisadores observam que esse resultado pode ser justificado por alguns fatores: como atrasos da segunda dose, demora para registro e envio dos dados para a base do MS, esgotamento e sobrecarga das equipes de gestão, vigilância e atenção à saúde, disseminação de notícias falsas sobre a imunização, falta de estoque de reserva de imunizantes e mortalidade, dentre outros.
Segundo os dados do MS, cerca de 50% dos atrasos são superiores a 30 dias e por volta de 14% são maiores que 90 dias da data prevista. O número de atrasos para a AstraZeneca é de 6.739.561; Coronavac, 4.800.920; e Pfizer, 2.557.296.
Metodologia
Para as análises, foram levados em conta apenas os atrasos com mais de 15 dias após a data esperada, por considerar o tempo de entrada dos dados na Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS); pelo entendimento de que um tempo curto de atraso pode ocorrer por motivos de agendamento e disponibilidade das pessoas para se vacinarem; e pelo risco individual não ser elevado em um intervalo relativamente curto de atraso.
Fonte: Olhar Direto