Ser modesto demais e se sentir culpado o tempo todo: Quando a autocrítica atrapalha

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CAMARA VG

A todo momento nossa mente trabalha para dar significado à realidade que nos cerca, através de mecanismos que (a) monitoram nossos comportamentos, (b) interpretam as experiências que vivemos e (c) nos defendem de possíveis ameaças. A nossa autoestima se forma a partir das avaliações que fazemos das nossas habilidades, das nossas características, do nosso valor social e é por isso que a autoestima representa o quanto nós estamos satisfeitos com quem somos.

Por outro lado, um dos mecanismos que usamos para “corrigir” eventuais falhas e melhorar nosso desempenho é a autocrítica. O objetivo da autocrítica é melhorar aquilo que não nos satisfaz, a partir de comparações com experiências passadas, expectativas e com o desempenho de outras pessoas. Identificar as nossas falhas é um passo importante para resolvermos os problemas. Mas a autocrítica exagerada acaba tendo um efeito contrário, ou seja, faz os problemas parecerem maiores do que realmente são, podendo desencadear ansiedade, depressão e até transtornos alimentares.

A linha que separa a autocrítica “saudável” da “tóxica” é bem tênue. Alguns sinais podem te ajudar a identificar se você está “pegando pesado” com você mesmo, por exemplo:

  • Nunca estar satisfeito, mesmo quando consegue alcançar seus objetivos ou recebe elogios. Além de não curtir os frutos do seu esforço, isso faz com que você perca tempo com detalhes sem importância.
  • Sentir-se sobrecarregado o tempo todo: você nunca está satisfeito, e acaba acumulando mais e mais trabalho.
  • Sentir-se culpado o tempo todo: Pessoas muito autocríticas tendem a se responsabilizar por tudo de errado, mesmo que não consiga controlar a situação.
  • Não conseguir pedir ajuda. Com medo de parecer incapaz, o que pode aprofundar os problemas.
  • Ser modesto demais.  A autocrítica excessiva faz com que as pessoas ignorem ou até mesmo desconheçam seus pontos fortes.

Na medida certa, a autocrítica mantém nossos pés no chão e nos incentiva a melhorar. Mas ficar preso a pensamentos negativos nos impede de seguir em frente. Então, que tal ser mais gentil com você mesmo?

Por Camila Magalhães

Fonte: Jovem Pan

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