“Cidadão do mal tem que cair na mão da Polícia e virar estatística” diz deputado sobre câmeras em fardas de policiais

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ALMT TRANSPARENCIA

O deputado estadual João Batista (Pros) voltou a fazer duras críticas ao projeto que prevê a implantação de câmeras em viaturas e fardas das polícias. Ele afirma que os estados que adotaram esse tipo de fiscalização viram queda apenas da letalidade policial, mas não dos índices criminais.

“Essa letalidade é de criminosos ou de cidadãos de bem? Porque o número de casos de cidadãos de bem que morrem em situações com a polícia é muito pequeno se levar em consideração a quantidade de criminosos que morrem quando confrontam a polícia”, disse.

“Cidadão do mal tem que cair nas mãos da polícia e ir para as estatísticas mesmo. Quem enfrenta a polícia tem que ir para a estatística”, defendeu.

Na avaliação do parlamentar, impor aos policiais uma situação de vigilância 24 horas pode acabar por inibir a execução de suas atividades, prejudicar o reflexo dos operadores em momentos de crise e colocar em risco a segurança pública do Estado.

“Não podemos impedir a ação policial, porque quando o policial entra em confronto com bandido e ele tomba, é porque ele foi defender o cidadão de bem. Então, estamos aqui para defender o cidadão de bem e não o criminoso que foi dar de testa com a polícia”, afirmou.

Ele salientou, ainda, que até o momento o Fórum Brasileiro de Segurança Pública não apresentou nenhum relatório que comprove a redução de casos de latrocínio, homicídio e tráfico de drogas em função da utilização das câmeras nas fardas.

“Temos que tomar muito cuidado para não prejudicar a segurança da sociedade com isso. Isso é sucesso total para os criminosos. Porque a grande pergunta que a gente faz quando se diz que reduziu o número de mortos é: o que eles estavam fazendo em confronto com a Polícia?”, questionou.

 

“Falha nossa”

O projeto criticado por João Batista recebeu aval unânime do Conselho de Segurança da Assembleia Legislativa, o que o próprio parlamentar considera uma falha dele e dos colegas.

“Houve uma falha da Comissão de Segurança Pública e assumo aqui essa falha. Até agora a gente não entende como esse projeto passou por mim e pelo deputado Elizeu Nascimento, mas estamos tentando recuperar”, afirmou.

O grupo quer apresentar um substitutivo integral para impedir que o texto original seja aprovado em plenário.

“Queremos um projeto que até possa monitorar as polícias, mas de forma que não coloque em risco a segurança do operador. As câmeras seriam colocadas, mas não em todas as forças policiais e não em todas as viaturas. Isso ainda está sendo estudado”, afirmou.

O substitutivo deve ser apresentado em plenário e retornar para a Comissão para a gente analisar.

 

O projeto

O projeto de lei, se aprovado da forma como está, vai obrigar o Governo do Estado a instalar câmeras de vigilância no interior dos veículos e aeronaves das polícias Civil, Militar, Penal e dos Bombeiros, além de coletes e capacetes.

O projeto determina que as câmeras usadas deverão ser de ponta para facilitar a identificação dos envolvidos e da ação, bem como as imagens devem ser preservadas na nuvem, não sendo permitido apagá-las.

Fonte: Midia News

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