Zero esgoto e poluição nos rios de Cuiabá

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Reprodução
CAMARA VG

Em um passado próximo a rede fluvial, formada por uma enorme quantidade de rios e córregos que cortam a capital cuiabana, era um verdadeiro espetáculo da natureza, com águas cristalinas e uma biodiversidade onde se destacava a presença de cardumes de diferentes espécies de peixes. A deterioração deste cenário causada, principalmente, pelos lançamentos de esgotos não tratados e a destinação inadequada de resíduos sólidos urbanos trouxe índices negativo para qualidade da água de nossos mananciais, que passaram a conviver com uma alta densidade de coliformes fecais, alta concentração de fósforo, turbidez e baixos valores de pH e oxigênio dissolvido. Um conjunto de fatores que vem destruindo a ictiofauna e tornando a água imprópria para o consumo humana e, até mesmo, para recreação.

Sabemos que o saneamento na capital cuiabana sempre foi deficitário, mas avançou consideravelmente nos últimos anos 4 anos, com a instalação de novas estações de tratamento, expansão das redes esgoto e até de uma balsa para recolher resíduos no rio Cuiabá. Mas, apesar dos avanços que não podemos negar, muito precisa ser feito ainda para zerarmos o lançamento de esgotos e lixo em nossos rios e córregos.

Para alcançarmos a meta de expansão do saneamento e a consequente despoluição de todos os mananciais hídricos de nossa capital precisamos de planejamento técnico e científico, com um cronograma de metas claro e exequível, vontade política para dar continuidade à proposta de saneamento dos rios da região, uma vez que a consolidação desta meta é de longo prazo e dependerá do comprometimento de futuras gestões municipais com esta causa. É fundamental, também, um diálogo interinstitucional com universidades e setores organizados da sociedade com capacidade de acompanhar e avaliar o que estás sendo realizado.

Outro item imprescindível para se atingir a referida meta é a exigência, por parte dos poderes públicos e da sociedade, para que as empresas envolvidas nas obras de saneamento da capital consolidem em seu trabalho de gestão um programa exemplar de compliance. Ou seja, um “programa de Integridade” visando a implantação de mecanismos de controles internos, auditoria, efetivo cumprimento do código de ética empresarial e ambiental, entre outros mecanismos que possibilitem uma fiscalização eficiente e minuciosa da conformidade dos trabalhos realizados e da aplicação dos recursos oriundos do poder público. Hoje os programas de compliance se tornaram uma exigência, pois é inegável que toda atividade empresarial possui riscos, ou seja, eventualidades negativas que podem impedir o pleno cumprimento de seu objetivo social.

Acreditamos que a implementação de iniciativas de controle social das obras e recursos públicos e um engajamento maior da sociedade são essenciais para melhorar passo a passo, mês a mês a qualidade da água na bacia hidrográfica que corta o município. Acreditamos que é possível criar na capital cuiabana um modelo de gestão cada vez mais eficiente para este importante recurso natural, um modelo transparente com metas e resultados mensuráveis que possa servir de exemplo para outros municípios do Estado de Mato Grosso.

Sabemos que é uma meta ousada que passa impreterivelmente pela necessidade de aumento do trabalho de fiscalização ambiental, um maior investimento no programa municipal de preservação das nascentes, cumprimento do Plano Municipal de Saneamento e a busca de mais recursos e investimentos para o setor. Precisamos, também, fazer com que o sistema de esgoto chegue a todos os bairros da capital com uma taxa acessível, democratizando, assim, o serviço para os diferentes segmentos sociais da população. É fundamental, também, um trabalho de educação ambiental que traga consciência e o engajamento da população para resolver o problema.

Resgatar a beleza e a qualidade da água de nossos rios com ações concretas, permanentes e bem definidas é uma necessidade urgente. Como vereador e um dos líderes do Partido Verde em Mato Grosso e, principalmente, como filho de Cuiabá que tem amor a esta cidade, tenho um compromisso com a causa ambiental de recuperação dos rios da região e de preservação de nossas nascentes. Precisamos de uma união de esforços capaz de sensibilizar e envolver os poderes constituídos do Município, do Estado e da União, as universidades, a classe empresarial, ONGs ligadas à causa ambiental urbana, Ministério Público, uma mobilização conjunta para preservar a beleza e importância das águas e rios da região. Como diz a canção, “Vamos precisar de todo mundo, um mais um é sempre mais que dois”.

Marcus Brito Junior é vereador por Cuiabá

Fonte: Gazeta Digital

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