Atualmente, praticamente todos sabem que cigarro faz mal para a saúde e pode prejudicar, inclusive, o bem-estar das pessoas ao redor, que inalam a fumaça de maneira involuntária. Danos severos para os pulmões, doenças cardiovasculares, impotência sexual e câncer são algumas das consequências do uso contínuo do cigarro. Para saber disso, basta olhar as embalagens dos produtos. O aviso está lá, para quem quiser ver.
Mas, por muito tempo, as coisas foram bem diferentes. Logo quando as empresas conseguiram viabilizar uma maneira de produzir grandes quantidades de cigarros, cresceu também a publicidade em torno do produto. Com isso, o cigarro virou uma moda entre os mais jovens. Era bonito fumar.
Hoje em dia, essa cultura perdeu muita força, já que as campanhas de conscientização contra o uso de cigarro também evoluíram com o tempo. Fumar cigarro deixou de ser uma garantia de status social. Mas, nesse meio tempo, muitas pessoas acabaram se viciando e sofrendo graves consequências.
Porém, em meio à toda essa mudança cultural, surgiu um novo produto: o cigarro eletrônico. Diferente do convencional, ele não tem um cheiro desagradável, nem faz aquela sujeira toda. Pelo contrário, simples e prático, os pods e vapes possuem, inclusive, aroma de frutas e perfumes agradáveis. Algo que, automaticamente, gera uma desassociação com o cigarro convencional e todos os riscos em volta dele.
Mas, afinal, o cigarro eletrônico é realmente mais seguro que o convencional?
Apesar de ser proibido no Brasil, o cigarro eletrônico costuma ser facilmente encontrado. Quem frequenta bares, shows e festas, quase sempre se depara com alguém usando o produto. Por não dependerem de combustão, eles deixam de ofertar substâncias nocivas para o organismo. Alguns deles, dependendo do fabricante e do modelo, não possuem nem a nicotina. Mas, outros problemas podem aparecer.
As substâncias liberadas pelo cigarro eletrônico até podem ser diferentes daquelas que o cigarro comum emite, mas, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), elas também podem provocar enfisema pulmonar, câncer e problemas do coração.
“Diferentemente do cigarro convencional, que demora às vezes 20 ou 30 anos para manifestar doenças no usuário, o cigarro eletrônico, que prometia segurança, foi capaz de matar jovens rapidamente” explica a Dra. Jaqueline Scholz, médica especialista da SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia) em ações contra o tabagismo.
Segundo a especialista, o cigarro eletrônico pode induzir o corpo a respostas inflamatórias perigosas. “Muitas vezes, quando a inflamação acontece na parede do endotélio, que recobre as artérias, ele pode ser lesionado e deflagrar eventos cardiovasculares agudos, como infarto e síndrome coronariana aguda”, diz.