Nascido em Anápolis (GO) em 1964, Mauro Mendes Ferreira chegou em Mato Grosso com 16 anos. Morando em Cuiabá, formou-se em engenharia elétrica pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e fundou a Bimetal, empresa fabricante de torres de telecomunicações. Por seis anos Mauro foi presidente da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt).
Em 2008, Mauro disputou a primeira eleição ao cargo de prefeito de Cuiabá pelo Partido da República, atual Partido Liberal, porém foi derrotado por Wilson Santos. Em 2010, ele concorreu ao governo de Mato Grosso pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), porém acabou perdendo para Silval Barbosa. Em 2012, ele finalmente venceu o pleito municipal e foi empossado como prefeito de Cuiabá ainda pelo PSB. Já em 2018, no Democratas, atual União Brasil, Mauro chegou ao comando do Palácio Paiaguás.
Tido como um gestor pulso firme e de pouca conversa com sindicatos, Mauro se orgulha de ter colocado as contas do estado em dia, porém reconhece que ainda há muito o que ser feito em uma nova gestão.
O Leiagora conversou com o candidato Mauro Mendes que atualmente disputa a reeleição ao governo do estado. Ele contou sobre são os planos de campanha, reconheceu o atrito que há entre ele e alguns servidores públicos do estado e aproveitou para rebater as críticas que tem recebido dos apoiadores mais fervorosos do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Leiagora – Mauro, primeiramente gostaríamos de saber o que diferencia o senhor dos demais candidatos na disputado ao governo do estado?
Mauro Mendes – Esse julgamento é melhor que ele seja feito pelo cidadão ou pelo eleitor. Eu sou apenas um mato-grossense de coração que cheguei aqui há mais de 40 anos atrás, que fiz a minha vida aqui e que resolvi dedicar uma parte dela pra fazer aquilo que eu sempre acreditei. Sempre acreditei que a política, quando ela é conduzida com honestidade, com seriedade e com competência, ela produz excelentes resultados pro cidadão, pra vida das pessoas. Eu sou um cara que trabalha muito e que entrega o resultado. Esse julgamento vai ser feito pela população. Os meus adversários, deixa o cidadão analisar.
Leiagora – O senhor sempre teve uma base muito forte na Assembleia Legislativa. O Senhor tem esse bom trânsito dentro da AL. Com as eleições deste ano, essa configuração de deputados pode mudar. Caso seja eleito, como o senhor vai manter essa base, esse trânsito na Assembleia?
Mauro Mendes – Com trabalho, com resultado, mostrando que os projetos que pra lá nós encaminhamos, eles são bons pra população e bons pra Mato Grosso. E é em cima disso, de trabalho, de seriedade e de honestidade e propósito que nós construímos esse bom relacionamento com a Assembleia. Não foi nada diferente disso.
Leiagora – O senhor recebe muitas críticas dos servidores públicos, dos sindicatos como o Sintep e o Sindispen. O senhor já até disse que não conversa com grevistas. Caso seja reeleito, como o senhor pretende ficar mais perto desses grupos que formam essa base de oposição ao seu governo?
Mauro Mendes – Olha, é natural que exista oposição. A democracia é a vontade da maioria, não é a vontade de todos. Eu vou fazer sempre o que é bom pra maioria da população. O servidor é muito importante, eu respeito a todos, coloquei salário em dia, paguei direitos que há 10, 15 anos não eram pagos.
A previdência tem hoje dinheiro. Pela primeira vez na história de Mato Grosso, vai terminar o ano com R$ 400 milhões depositados no caixa da previdência pra garantir o futuro deles e aposentadoria. Respeito é não mentir para o servidor. Alguns sindicatos, não é a maioria, eles têm uma atitude muito radical e com radicalismo normalmente eu não lido bem com isso porque eu não sou radical com ninguém.
Bom diálogo, estou disposto a fazer, agora, dialogar não significa que eu sou obrigado a fazer o que as pessoas querem. Se aquilo for bom pra Mato Grosso, bom pra maioria da população, for justo e correto, faço como eu já fiz pra alguns sindicatos e pra algumas categorias. Agora, se não for, não adianta. Não é na pressão que eu vou ceder.
Leiagora – Caso o senhor vença as eleições, qual vai ser o grande mote da próxima gestão?
Mauro Mendes – O grande mote da minha primeira e até certamente de uma eventual segunda gestão é trabalhar muito, trabalhar com seriedade, trabalhar com honestidade, montar uma boa equipe, um bom time e entregar resultado para a população em todas as áreas. Foi isso que nós fizemos no primeiro mandato e essa é a receita de sucesso em qualquer lugar, seja uma empresa pública ou privada.
Leiagora – E para a saúde pública do estado?
Mauro Mendes – Vamos terminar os seis grandes hospitais que nós estamos construindo. Nós vamos terminar o processo de modernização e ampliação dos nossos regionais existentes. Nós vamos apoiar os municípios pra melhorar, como já temos feito, as estruturas de saúde municipais. Nós vamos ampliar o programa de cirurgia eletiva, nós vamos modernizar o serviço de atendimento da nossa rede. São ações importantes e que seguramente, se Deus quiser, nós faremos.
Leiagora – Para a segurança pública?
Mauro Mendes – Segurança pública nós vamos instalar as 25 mil câmeras de segurança das quais 15 mil nós já compramos e estão chegando a Mato Grosso. Nós vamos ampliar e fortalecer o programa de tolerância zero que é um programa de combate ao tráfico de drogas, de combate ao contrabando e de combate a atividades criminosas que possam existir no estado de Mato Grosso. Vamos continuar investindo em tecnologia para que com inteligência nós tenhamos um melhor resultado das nossas investigações e dos desvendamentos de crimes, de quadrilhas que tanto atinge aí o estado de Mato Grosso. Nós vamos continuar o programa de melhoria da infraestrutura da nossa polícia. Nós já concluímos a modernização tecnológica de equipamentos. Hoje a polícia de Mato Grosso está sendo considerada a mais bem equipada do Brasil. Isso é dito por muitos e reconhecido pelos nossos e de outros estados. Então elas serão capazes, dentro daquilo que compete ao governo, de promover um ambiente mais seguro. Agora a segurança pública pra melhorar de verdade vai ter que mudar muito a lei lá no Congresso Nacional, senão nós vamos ficar enxugando gelo aqui.
Leiagora – E quanto a infraestrutura, as estradas e até mesmo a questão do BRT?
Mauro Mendes – Quanto ao BRT, contrato assinado, ordem de serviço dada, obra continua. A ferrovia, contrato assinado, ordem de serviço dada, licença ambiental concedida, tá na mão da construtora. Vamos cobrar o contrato, ela tem um contrato pra cumprir com o governo e fazer a ferrovia chegar a Cuiabá, chegar até Nova Mutum e Lucas do Rio Verde. Investimento em infraestrutura vai continuar. Vamos terminar esse ano com 2.500 km de asfalto e eu tenho certeza que nos próximos quatro anos dá pra fazer 2.600 km.
Pontes, terminamos 190 pontes. Tenho certeza que dá pra fazer mais 120 pontes de grande porte, médio, grande porte. Substituição de pontes de madeiras em estradas vicinais em parceria com municípios, fizemos mais de 500. Tenho certeza que nós vamos fazer mais de 1.000 pontes nos próximos anos.
Leiagora – O senhor tem o apoio certo do presidente Bolsonaro, porém muitos apoiadores do presidente, aqueles que são mais raiz, dizem que o senhor não é esse bolsonarista raiz. Como o senhor recebe essas críticas?
Mauro Mendes – Olha, eu respeito a opinião das pessoas. Eu sou um mato-grossense de raiz. Eu sou um governador de Mato Grosso e de todos os mato-grossenses. Tem mato-grossense que apoia o Lula. Tem mato-grossense que apoia o Ciro Gomes. Tem mato-grossense que apoia a Simone Tebet e tem mato-grossense que apoia o Bolsonaro, sem radicalismo. E eu sou governador de todos e respeito a todos e vou continuar focando em Mato Grosso e o meu apoio é do presidente Bolsonaro.
FONTE:LEIA GORA
