Estudantes de medicina no Paraguai compravam medicamentos vendidos em esquema de empresário cuiabano

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Foto: Reprodução
CAMARA VG

Estudantes de medicina em Pedro Juan Caballero, no Paraguai, eram responsáveis pela compra de medicamentos em farmácias do país que, mais tarde, seriam comercializados pelo empresário cuiabano Jorge Emanuel Regis dos Santos Madeira e enviados para várias cidades do Brasil. Jorge foi preso pela Polícia Federal na manhã dessa quinta-feira (17), na operação Autoimune.

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O empresário já havia sido alvo da operação Miastenia, deflagrado em agosto deste ano, mas continuou liderando o esquema de comercialização dos remédios feita sem autorização da Anvisa. Na casa do empresário, onde funcionava também a clínica estética da esposa dele, foram encontradas unidades dos remédios.

Além disso, perícia atestou que algumas das unidades dos medicamentos eram falsificadas. O delegado de Combate ao Crime Organizado em Mato Grosso, da Polícia Federal, Jorge Vinícius Gobira Nunes, explicou que o empresário era responsável por todos os processos de importação e comercialização dos medicamentos.

“O papel dele era encomendar, providenciar uma pessoa que conseguisse esses medicamentos no Paraguai, providenciar o transporte e conseguir também intermediários para o comércio varejista”, disse.

De acordo com Gobira, a empresa usada para o comércio dos remédios, a clínica de estética da esposa do empresário e a casa do casal funcionavam no mesmo endereço.

“No cadastro nacional da empresa constava como distribuidor de medicamentos, não como farmácia varejista. Mas não tinha autorização para nenhuma das atividades. Classificaríamos ele como alguém que recebia e repassava, não tinha depósito. Recebia os medicamentos no endereço onde funcionava a clínica estética da esposa”.

De acordo com trecho do mandado de prisão preventiva, Jorge oferecia risco à saúde pública, já que continuou liderando o esquema mesmo após ser alvo da PF na operação Miastenia.

Olhar Direto entrou em contato com o advogado Akio Maluf Sasaki, responsável pela defesa do empresário, que ainda não se manifestou sobre a prisão. O espaço segue aberto.

Medicamentos falsos 

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 10% dos medicamentos distribuídos no mundo sejam falsificados, enquanto no Brasil, a taxa pode chegar a 30%.

O superintendente regional da PF em Mato Grosso, Sérgio Sadão Mori, chamou atenção para o risco de segurança e saúde pública provocado pelo esquema, que passou a ser investigado durante desdobramento da operação Miastenia, deflagrada em agosto deste ano.

FONTE:OLHAR DIRETO

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