Enfermeira de MT cria projeto onde bebês de UTI ‘escrevem’ cartinhas para os pais

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Foto: Divulgação
ALMT TRANSPARENCIA

Quando começou a trabalhar na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal da Santa Casa de Rondonópolis (212 km ao sul de Cuiabá), em 2020, a enfermeira Ellida Sena de Moraes presenciou situações de tristeza e angústia das famílias dos bebês internados. Para ajudar os familiares a passar por esse período difícil, ela criou o projeto “Boletim do Amor”, onde as informações médicas são passadas como se o recém-nascido estivesse escrevendo a cartinha.

“Me desculpem se passei um susto em vocês com o meu nascimento e vindo para a UTI Neonatal depois de um parto complicado, ficando por dias entubado e passando por cirurgias”, diz o trecho da cartinha de um bebê na semana em que recebeu alta, após três meses internado.

Todas as sextas-feiras, a equipe de enfermagem escreve e entrega as cartinhas e a “assinatura” é o carimbo do pezinho do bebê. Ellida afirma que, além de aproximar a equipe que fica 24 horas com os recém-nascidos das famílias, os boletins são uma forma de ajudá-los a lidar com um momento em que todos estão fragilizados.

“O cuidado é da enfermagem. Cuidamos do paciente, mas ele não é nosso. A gente cuida para devolver para a família. Muitos têm medo neste momento e precisamos mostrar que o tempo que eles passam na UTI Neo é para descansar, melhorar e ir para casa bem”, explica a enfermeira.

“Estou lutando e diariamente vencendo todas as batalhas dentro da UTI. Aqui, papai e mamãe, venço agulhas, remédios, mas recebo amor de todas as titias que cuidam de mim. Mesmo pequenininho, tenho a força de um grande super-herói”, diz trecho de outra carta.

Segundo Ellida, as cartinhas também mostram a importância da enfermagem no cuidado diário dos pequenos pacientes, que são monitorados 24 horas de perto pelos profissionais.

“Precisamos mostrar o nosso trabalho, que não é qualquer pessoa que faz, que precisa de capacitação e esforço diário. Trabalhar na UTI Neo exige uma dedicação ainda maior, porque os nossos pacientes não sabem falar o que sentem, se estão com dor. O que a gente faz é muito importante e nem sempre as famílias sabem disso”, enfatiza a enfermeira.
FONTE:LEIA GORA .

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