Assessor parlamentar nega desvio de cestas básicas e entrega lista com beneficiários

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Foto: Reprodução
CAMARA VG

Alvo da operação Gorgulho, deflagrada pela Polícia Civil (PJC) na manhã desta quinta-feira (9), o assessor parlamentar da Assembleia Legislativa (ALMT), Samir Bosso Katumata, 42 anos, afirmou que a entrega de cestas básicas aconteceu dentro da legalidade e para pessoas carentes, em data próxima do Dia das Mães do ano de 2022.

Além de Samir, foram alvos da Delegacia de Combate a Corrupção: André Victor Abreu Miranda Souza Gomes, 22 anos (ex-servidor da Secretaria de Assistência Social e Cidadania e atualmente na Secretaria de Esportes e Cultura); e Marcel Angelo de Souza, 34 anos (soldado da Polícia Militar).

Em nota, Samir afirma ter colaborado com as investigações, inclusive entregou o aparelho celular e forneceu a senha. Afirma também ter prestado depoimento em 13 de setembro de 2022, perante ao delegado titular da Delegacia Fazendária.

“Que em seu depoimento, Samir deixou bem esclarecido que toda a entrega de cestas básicas ocorreu dentro da legalidade e da normalidade, que era próximo ao dia das mães, as cestas foram entregues as pessoas carentes e necessitadas, inclusive na época foi prestado contas ao servidor do Estado de Mato Grosso, denominado André, que na época era o coordenador responsável, para fins de comprovação da entrega das cestas básicas as pessoas carentes”, diz.

Ainda no depoimento, o servidor da ALMT entregou a planilha com os nomes e telefones das pessoas beneficiadas pelas cestas básicas, à época. “Afirma ainda, o Sr. Samir, que em momento algum houve qualquer favorecimento a pedido de alguém ou de algum político para entrega das cestas básicas, que tudo foi feito dentro da normalidade, sem qualquer benefício em nome de terceiros, mas sim para fins sociais, atendendo a necessidade da população carente sem qualquer desvio”, acrescenta.

Por fim, o assessor parlamentar enfatiza que o trabalho social não tem relação com o cargo que ocupa na ALMT. “O Sr. Samir esclarece ainda que todo o trabalho social não tem qualquer relação com a função de assessor parlamentar que exerce na Assembleia Legislativa, mas sim, algo que ele vem fazendo há anos em prol de ajudar os mais necessitados. Com relação ao processo, informa que o mesmo corre em segredo de justiça então não pode nada mais dizer”, finaliza.

Trabalho da PJC

A investigação da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) teve início a partir de uma denúncia de que o servidor público, André Victor Abreu, que estava exercendo o cargo de assessor técnico da Secel, atendendo a pedido de um assessor parlamentar, Samir Bosso, desviou 240 cestas básicas do depósito da Coordenadoria de Segurança Alimentar da Setasc, órgão para o qual o servidor estava cedido.

Segundo informações da assessoria de imprensa da PJC, as cestas básicas retiradas por André foram carregadas para um caminhão-baú por um parente do soldado Marcel Angelo. Em seguida, as cestas foram depositadas na residência do militar, no bairro CPA IV, em Cuiabá, posteriormente, distribuídas na frente da casa do policial, a pedido de Samir, que estava lotado na Assembleia Legislativa.

Diante das informações apuradas, a Deccor encaminhou representação à Justiça pelo afastamento de sigilo bancário, sequestro de bens e valores, busca e apreensão domiciliar e afastamento de sigilo telefônico dos investigados, bem como a suspensão do exercício de função pública em desfavor do servidor da Secel.

André, que era responsável por retirar as cestas básicas, foi indiciado anteriormente pelo crime de peculato, em inquérito policial da Deccor. Na ocasião, ele fez Acordo de Não Persecução Penal e realizou a confissão do crime com o objetivo de obtenção de lucro, o que indica a prática reiterada do delito investigado.

As investigações continuam para apurar os beneficiários das cestas supostamente desviadas e a motivação da conduta dos suspeitos. O nome da operação, Gorgulho, faz referência a uma família de besouros que ataca grãos.

FONTE:OLHAR DIRETO.

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