Apesar de não estar no escopo da investigação, a CPI da Telefonia Móvel da Assembleia Legislativa (ALMT) também deve tratar sobre o uso de celulares por presos dentro das unidades penitenciárias de Mato Grosso. A pratica ilegal permite que o crime organizado seja comandado de dentro da prisão.O cidadão livre não consegue falar ao telefone e o crime organizado dentro dos presídios consegue se conectar, aplicar golpes e comandar o trabalho dos que estão fora da cadeia. É assunto preocupante, que não chegou ainda à CPI, mas no decorrer dela poderemos tratar sobre isso”, declarou o presidente da CPI, Diego Guimarães (Republicanos), nesta quinta-feira (16).
Ainda de acordo com o parlamentar, ele deve procurar o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Alexandre Mendes, para ter maiores informações sobre a prática do crime no Estado.
“Não é o objeto direto da CPI, daí temos que ver se podemos colocar no escopo até para que não tenhamos nenhum problema de nulidade”, explicou, pontuando que a CPI pode atuar como porta-voz do Estado junto à Anatel e empresas de telefonia.
Em Mato Grosso, diversos crimes são comandados de dentro dos presídios. Em fevereiro, por exemplo, líder da facção criminosa Comando Vermelho, que está na penitenciária Ahmenon Lemos Dantas, em Várzea Grande, teria ordenado cortar a língua de uma adolescente de 15 anos, em Tangará da Serra (240 Km de Cuiabá). A vítima foi acusada de namorar membro do PCC.
Nesta quinta, a CPI aprovou o plano de trabalho e o regimento interno, documentos para nortear a investigação. Com objetivo de alcançar todas as regiões do estado, o principal pedido da comissão foi a disponibilização de um veículo do tipo van, para percorrer as cidades e recolher demandas e reclamações.
Após a colheita de dados é que serão definidas as audiências públicas e oitivas. A comissão quer ouvir operadoras, órgãos de controle e também especialistas em telecomunicações. No plano de trabalho aprovado são solicitados três servidores do Procon para fins de levantamento, compilação e organização dos dados relativos às reclamações acerca da telefonia móvel, com a indicação de quais as cidades, distritos ou localidade em que se concentram, proporcionalmente, as reclamações.
Além disso, a CPI requisitou também um servidor especialista em telecomunicações junto à MTI (Empresa Mato-grossense de Tecnologia da Informação) para análise dos dados técnicos e elaboração de pareceres opinativos acerca dos dados e informações prestados à comissão.
Diego ressalta ainda que pretende cumprir os 180 dias estabelecidos pelo regimento para realização da investigação. “Sabemos que dependerá dos desdobramentos, mas vamos nos esforçar para que sejam concluídos os trabalhos no prazo estabelecido, sem que haja prorrogações”.
FONTE:REPÒRTER MT.