Violentada há anos, mulher consegue buscar a polícia após sessão de tortura do próprio marido

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Foto: Reprodução
CAMARA VG

Uma mulher de 27 anos foi espancada por horas pelo marido, identificado como Jardel Alves Gonçalves, 31 anos, no último domingo (10), em sua residência no bairro Dr. Fábio, em Cuiabá.  A vítima ficou com ferimentos nas costas, em carne viva, chegando a desmaiar. O suspeito ainda passou sal e pimenta nas feridas da mulher, causando mais dor.

De acordo com as informações do boletim de ocorrência, a mulher compareceu à Delegacia do Plantão 24h de Atendimento a Vítimas de Violência Doméstica e Sexual, na terça-feira (12), para comunicar o fato e solicitar uma medida protetiva em desfavor do marido.

A vítima foi espancada com um galho de árvore das 19h do domingo até a madrugada de segunda-feira (11), enquanto também sofria ameaças de morte. O suspeito dizia que não iria matar a mulher por conta dos filhos. Também chegou a afirmar que se pegasse a vítima conversando com a mãe, iria tirar a vida das duas.

Durante a sessão de tortura com as varas, o agressor ainda teria dito: “Eu sei que o que estou fazendo é errado, mas você está apanhando porque você merece apanhar”.

No amanhecer de segunda-feira, a mulher ainda foi obrigada a realizar todo o serviço doméstico e preparar o almoço do agressor, para que levasse ao trabalho.

Quando o marido saiu de casa para ir ao trabalho, durante a tarde, a mulher aproveitou a oportunidade para fugir. Ela pediu para uma vizinha cuidar dos filhos e foi pedir socorro familiar e abrigo, para poder levar as crianças.

No depoimento, a mulher demonstrava estar muito abalada emocionalmente e psicologicamente após anos de violência doméstica. Ela tem um relacionamento de 13 anos com o agressor, iniciado aos seus 15 de idade. Confessou que as agressões são recorrentes, mas nunca chegou a denunciar, pois o marido pedia desculpas e prometia não fazer mais.

O suspeito ainda chegou a registrar um boletim de ocorrência de desaparecimento após a mulher sair de casa, dizendo na delegacia que a vítima poderia ter tirado a própria vida.

Após a denúncia da vítima, o suspeito foi localizado pelos policias civis em sua residência, onde foi preso. Ele passou por audiência de custódia na quarta-feira (13), e a juíza Monica Catarina Perri Siqueira decidiu pela prisão preventiva.

A Justiça também concedeu medida protetiva para a vítima, proibindo a aproximação do autuado no limite de mil metros, além de disponibilizar o aplicativo de botão do pânico para a mulher.

 

 

 

Fonte: Olhardireto

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