A advogada levantou uma lista de criminosos que eram rivais de membros do CV de Mato Grosso: “doutora, vê aí pra mim”

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Foto: Reprodução
CAMARA VG

O relatório da Operação Gravatas, apreendida pela Polícia Civil para apurar um grupo de advogados e um policial militar que se aliaram a pessoas presas em ações criminosas, revelou que uma advogada identificou uma lista de pessoas que seriam rivais de membros do Comando Vermelho no Estado de Mato Grosso.

A polícia prendeu quatro advogados e um policial militar. A perspetiva de investigação revelou a existência de uma organização criminosa composta por três indivíduos.

Os relatórios de investigação policial, que abrangem mais de 1.300 páginas, detalham a conduta dos investigados e demonstram que cada advogado tinha uma missão específica em benefício da organização criminosa.

De acordo com o relatório, a advogada Jéssica Daiane Maróstica apurou dados sobre o histórico criminal de integrantes da facção. Em um áudio interceptado pela polícia, um homem identificado como Robson, identificado como “Red”, solicita que Jéssica realize uma pesquisa para a Organização Criminosa.

O criminoso, então, envia a identificação de indivíduos para que a advogada possa averiguar se elas têm antecedentes criminais ou respondem a processos na Bahia. Alega-se, portanto, que não se trata de uma “conversa” “com o advogado”.

Boa tarde, doutora. Estamos bem? Peço desculpas pelo incómodo que me causou. Preciso que você analise quatro nomes de homens que moram na Bahia, a fim de me informar se há alguma passagem, processo ou outro tipo de processo. “Não é capaz de caçar para mim?”, questiona o criminoso em uma mensagem de áudio.

Robson, antes da resposta da advogada, enviou três fotografias que mostram o RG de dois indivíduos. A resposta da colaboradora é de que ela realizará a autuação quando chegar à residência. Estou chegando. Já observei.

Robson também enviou para Jéssica o nome de outra pessoa que deve ser investigada através de um Boletim de Ocorrência. Sem questionar o bandido, a profissional inicia uma pesquisa nos sítios da Justiça de Mato Grosso. A fotografia em questão apresenta os documentos de identificação de duas pessoas.

A advogada informou à liderança do “CV” que estas duas pessoas não têm experiência no Estado do Mato Grosso. Contudo, ela se dispôs a fazer uma pesquisa em outros estados e, então, Robson se dispôs a fazer uma perícia na Justiça baiana.

“Doutora, eles são da Bahia. Se puder, por gentileza, avise-os de lá”. A advogada inicia a busca por passagens ou processos criminais no Estado da Bahia, uma vez que as pessoas mencionadas são do nordeste.

Robson, em tempo real, confirma para a profissional a situação das pessoas que está pesquisando. “Estou com os três sequestradores amarrados ao mato”. Ele alega, posteriormente, que encontrou diversas imagens dos sequestrados que faziam uma apologia à outra facção criminosa. A advogada, apesar de ter ciência do processo em curso, responde: “Já tive a oportunidade de ter a oportunidade”.

Jessica demonstra ter uma relance com a situação e envia uma figurinha com o sinal da cruz. A polícia informou que, naquele momento, um “Tribunal do Crime” estava sendo desenvolvido e a jurista atuava como uma “consultora jurídica” da organização criminosa.

Após brincar com a situação, Jéssica tece comentários. “Pesado?” As letras em destaque indicam uma expressão de riso ao constatar que três pessoas estão amarradas e sequestradas pela facção criminosa Comando Vermelho.

A polícia, apesar de ter ciência de que três pessoas estão presas e submersas por integrantes do “CV”, envia os resultados das pesquisas realizadas em nome das vítimas.

 

 

Fonte: Informações/ Olhardireto