Um índio mato-grossense da etnia pareci, de 39 anos, foi espancado e teve o braço amputado após uma discussão em São Carlos, no interior paulista. O membro dele foi prensado contra a porta de um carro. Apesar de ter nascido na reserva indígena Uirapuru, em Campos de Júlio (a 728 quilômetros de Cuiabá), ele vive na cidade há 27 anos, onde trabalhava como ajudante de serralheiro. A vítima está internada na Santa Casa há quase um mês.
A reportagem foi divulgada pela Folha de São Paulo neste sábado (16). “É um caso completamente surreal; ele está muito abalado”, disse o antropólogo Djalma Nery, amigo da família, que esteve no hospital com a vítima.
Ainda conforme a reportagem, o índio foi agredido no dia 18 de janeiro, após uma discussão em um bar. O agressor, que trabalha no mesmo lugar, teria o acusado de furto. Com a ajuda de dois amigos, o suspeito ainda teria tentando roubar o carro da vítima e o levou até uma comunidade, onde o agrediu com mordidas, chutes e socos.
Depois de ser atingido na cabeça, o índio ficou inconsciente e teve o braço prensado contra a porta de um carro. Na sequência, ele foi abandonado em um terreno baldio, onde conseguiu pedir ajuda e foi encaminhado à Santa Casa, onde teve o braço amputado. Conforme relato da vítima, os agressores diziam que “agora estava permitido matar índio”.
A Polícia Civil investiga o caso, que foi registrado em um boletim de ocorrência como lesão corporal. A vítima foi ouvida nesta semana. A família, que teve retaliações, deve levar o caso também ao Ministério Público.
