Prefeitura devolverá recursos da Covid à União e cobra repasses do Estado: “carregando nas costas”

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Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto
CAMARA VG

Fonte: Olhar Direto

A prefeitura respondeu as declarações do governador Mauro Mendes (DEM), feitas na última quinta-feira (28), onde ele afirma que Emanuel Pinheiro (MDB) não pode ser levado a sério e que o município desabilitaria leitos destinados à Covid-19 nos próximos dias, mesmo tendo recebido recurso. Conforme a equipe do emedebista, o recurso será devolvido, já que não houve a necessidade de usá-lo. Além disto, o gestor da Capital ainda cobrou os repasses do democrata e disse que Cuiabá “carrega a saúde do Estado nas costas”.

Em nota, a prefeitura informou que a inclusão dos leitos de UTIs do Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) exclusivo para Covid-19 se deu em virtude que no início do isolamento social, houve uma diminuição significativa na demanda de urgência e emergência.

“Em contrapartida a essa diminuição, ocorria uma ascensão da pandemia  no município de Cuiabá, sendo a unidade hospitalar do antigo PS de Cuiabá como referência por decisão do Comitê Municipal de Enfrentamento à Covid19. Assim, a gestão projetou um cenário para ocupação dos leitos de UTIs da Rede Municipal de Saúde para atender a população de acordo com a elevação da pandemia, sendo a antiga Unidade Hospitalar Pronto Socorro Municipal como referência”, diz trecho da nota.

Caso houvesse lotação, ainda teriam leitos no São Benedito, UPA do Verdão e, por fim, no HMC, que teve 30 UTIs disponibilizadas para enfrentamento da doença.  A nota destaca também que nenhuma das unidades recebe co-financiamento do Estado, sendo que elas têm um custo diário de R$ 1,3 mil.

A prefeitura justifica ainda que com a liberação de várias atividades comerciais, industriais e de serviços no interior do Estado e posteriormente algumas na capital, a demanda dos atendimentos de Urgência e Emergência de outras patologias aumentaram imensamente, tendo bastante demanda por UTIs adultas no HMC.

Sendo assim, a prefeitura decidiu excluir os leitos de UTI do HMC da Covid-19, devido sua lotação e com risco de contaminar os pacientes com o vírus causar o caos na Rede Assistencial Hospitalar do Município.

“Ressaltamos ainda, que os novos leitos de UTIs implantados no HMC foram remanejados para o Hospital São Benedito. Cabe ainda destacar que além dos 10 novos leitos criados no São Benedito, estão sendo instalados mais 10 Leitos de UTIs no Pronto Socorro. Assim, Cuiabá disponibiliza para COVID-19, 105 Leitos de UTIs e 187 Leitos de enfermarias. Podendo ampliar ainda mais com os leitos da UPA do Verdão, e no antigo Pronto Socorro Municipal de Cuiabá (Hospital de Referência)”, acrescenta a nota.

A equipe do prefeito Emanuel Pinheiro ainda destacou que os recursos recebidos antecipadamente serão devolvidos ao Ministério da Saúde. A nota ainda lembra que o HMC atende a todo Estado sem receber nenhuma contrapartida do governador Mauro Mendes.

Durante live na quinta-feira (28), Emanuel Pinheiro criticou Mauro Mendes pela falta de repasses e por uma dívida de aproximadamente R$ 60 milhões que o Estado teria com o município. “Cuiabá carrega  saúde nas costas e não recebe nada por isso”, pontuou o prefeito.

“A prefeitura destaca que o SUS é universal a serviço da população do Estado de Mato Grosso e o momento é de juntarmos forças para vencermos essa pandemia que assola a população mundial que tem afetado o nosso Estado”, finaliza a nota.

Mauro Mendes

De acordo com Mauro Mendes, um documento (leia aqui) notificando o fechamento dos 40 leitos foi encaminhado ao Ministério da Saúde e ao Governo do Estado, fato, que segundo o governador, irá contribuir com a morte de mais pessoas.

“Não dá para levar a sério um prefeito que escreve uma coisa e fala outra. Eles escreveram um documento, enviaram para o ministério, para o Governo do Estado de Mato Grosso fazendo um compromisso que iria habilitar todos os leitos do novo pronto-socorro para o Covid. Ia colocar todos os leitos do São Benedito para Covid e todos os leitos do antigo pronto-socorro para o Covid. Recebeu o dinheiro para isso e agora desabilita”, disse.

“O prefeito fala conversas fiadas, mas tem que falar daquilo que importa, que são os números. Que mostre os números e vamos fazer um debate com números, não de conversa fiada. Com o perdão da palavra, mas é muito ruim, neste momento em que pessoas estão morrendo, ele vai lá e desabilita 40 leitos”, afirmou.

A prefeitura chegou a receber o valor de R$ 5,760 milhões para manter os 40 leitos abertos por 90 dias.

Mais cedo, o prefeito Emanuel Pinheiro rebateu mais críticas de Mauro e o processo movido pelo governo do Estado. O prefeito chegou a afirmar que, ao invés de ajudar, eles “só atrapalham” e que “se destinassem equipamentos e ajuda com o mesmo fervor dos ataques gratuitos, inexplicáveis e injustos, estaríamos ainda melhores”.

“Judicializaram, alegando que a Prefeitura não permitiu que eles fiscalizassem os leitos exclusivos para Covid-19. Entreguei um plano de mitigação para eles. É muita leviandade! Devem R$ 60 milhões à Saúde de Cuiabá e não pagam. Só Deus, eu e minha equipe sabemos a dificuldade que é”, declarou o prefeito.

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