Fonte: Olhar Direto
O dono do restaurante e pousada Atmã passou o final de semana inteiro trabalhando para apagar o fogo que atingiu sua propriedade. Segundo ele, não houve auxílio do ICMBio ou das autoridades locais. As casas, o restaurante e o orquidário não foram atingidos, mas o pomar foi todo consumido pelo fogo.
“Nós contratamos onze brigadistas da cidade e trouxemos para apagar o fogo. Começou na sexta-feira, desde as 20h, e terminamos de apagar hoje”, contou Antônio Checchin Junior ao Olhar Direto. Segundo ele, apesar de já ter saído de sua propriedade, o fogo continua em Chapada, agora em outra região.
Segundo o empresário, não há formas de se preparar para as queimadas. “Eu tenho 2,5km de paredão. Metade dele é arvore, mata fechada, e metade é capim campestre que não pode roçar porque precisa ter licença do ibama e da Sema, então fica lá, morre, vai fazendo massa. Quando chega o fogo aquilo vira um inferno, e não tem jeito”, lamenta.
Quando percebeu que o fogo estaria em direção a sua propriedade, Antônio entrou em contato com a Aeronáutica, que lhe forneceu seis bombas de água costal. Com isso, ele conseguiu isolar o restaurante, a pousada, a casa dos funcionários e o orquidário (este teve apenas pequenos prejuízos). O pomar, no entanto, queimou.
Antônio conta que alguns bombeiros foram para a região do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I), mas nenhum foi até sua propriedade. “Teve três bombeiros que entraram no matão, e meu funcionário foi com eles inclusive. Ontem veio um grupo do Vale da Benção, de produtores rurais, e com eles um pessoal da aeronáutica, e parece que alguém dos bombeiros. Um grupo do ICMBio veio aqui, olhou, mas falou que não ia mexer. Viraram as costas e foram embora”, lamenta.
Apesar do fogo, a propriedade continuou funcionando no final de semana. Nesta segunda-feira, no entanto, a fumaça está forte pois a queimada continua na região dos Florais. Ninguém da família de Antônio ou de seus funcionários se feriu.
O empresário conta que em 2010 houve um incêndio parecio com esse, que veio tanto por cima quanto por baixo do paredão. “A gente conseguiu segurar a parte de cima, mas a de baixo subiu e queimou bastante. Mas não foi tão feio quanto o de agora. Depois, nos outros anos, os que vieram foram só de cima, e esses a gente consegue apagar mais fácil, da pra trabalhar melhor”, explica.
A “corrente” de fogo de Chapada dos Guimarães consumiu também a vegetação na região que fica próxima a um condomínio de residências luxuosas, o Morro do Jatobá. Área próxima ao residencial vizinho, Morro dos Ventos, também pegou fogo. Nesta segunda-feira (31), forte vento vindo de Chapada dos Guimarães trouxe a fumaça para a capital, Cuiabá, que ficou tomada durante todo o dia.