STJ cobra urgência sobre informações de ações da “Grampolândia” que estão com Perri há mais de 1 ano

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Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto
CAMARA VG

Fonte: Olhar Direto

O ministro Ribeiro Dantas, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), solicitou informações, com urgência, do desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), sobre o andamento e eventual conclusão dos inquéritos da “Grampolândia Pantaneira”. Perri está com os inquéritos desde julho de 2019.

O julgamento dos militares envolvidos no esquema da “Grampolândia”, pela 11ª Vara Especializada na Justiça Militar, foi concluído em  novembro de 2019. A sentença foi de oito anos em regime inicial semiaberto para o coronel Zaqueu Barbosa, absolvição para o coronel Evandro Lesco e perdão judicial ao cabo Gerson Correa.  Gerson acusou o primo do ex-governador Pedro taques, o ex-secretário da Casa Civil Paulo Taques, de ser o chefe do esquema.

Já o julgamento dos civis envolvidos no esquema, no entanto, nem começou. O desembargador Orlando Perri é o relator das ações da Grampolândia e o esquema ainda é investigado pela delegada Ana Cristina Feldner. Em despacho do último dia 22 de outubro, o ministro Ribeiro Dantas cobrou do magistrado informações acerca dos inquéritos.

“Solicitem-se informações, com urgência, ao Exmo. Desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça do Mato Grosso, acerca do andamento e eventual conclusão dos Inquéritos Policiais 564549 (n.º 87.132/2017 – TJ-MT) e 564562 (n.º 91.285/2017 – TJ-MT), considerando as últimas informações prestadas pelo Juízo da 7.ª Vara Criminal de Cuiabá-MT, de que os referidos feitos encontram-se com a autoridade policial desde 30/07/2019 para a conclusão das investigações”.

O caso

A operação responsável por revelar o esquema de interceptações ilegais na PM chama-se “Esdras” e foi desencadeada em 27 de setembro de 2017, com base no depoimento prestado pelo tenente coronel da Policia Militar José Henrique Costa Soares, revelou um verdadeiro esquema criminoso para frear as investigações sobre interceptações ilegais e afastar o desembargador.

Conforme os autos, em depoimentos prestados por Soares, “descortinou-se um sórdido e inescrupuloso plano” no intuito de interferir nas investigações policiais e macular a reputação do desembargador Orlando Perri em todos os inquéritos instaurados.

Segundo o processo, Costa Soares foi convocado para atuar como escrivão no inquérito do caso grampos. Logo da convocação, a suposta organização criminosa teria buscado sua cooptação.

Seria tarefa do tenente coronel a juntada de informações sobre Perri para provocar a suspeição do magistrado.

Reportagem do programa “Fantástico”, da Rede Globo, revelou que a Polícia Militar em Mato Grosso “grampeou” de maneira irregular uma lista de pessoas que não eram investigadas por crime.

Segundo a denúncia do MPE, foi Gerson quem fez à Justiça os pedidos de autorização para interceptação de números de telefones de políticos, advogados e jornalistas, grampeados no esquema, alguns deles adversários de Pedro Taques.

A prática de gravação telefônica clandestina, de pessoas que não são acusadas de crime, é conhecida como “barriga de aluguel”. Acusado de ser o operador do esquema, o cabo Gerson, também ficou encarcerado por nove meses.

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