O governador Mauro Mendes pegou o estado de Mato Grosso em janeiro de 2019 em estado de penúria; endividado, funcionários com folhas de pagamento em atraso, inclusive décimo terceiro, fornecedores com mais de seis meses sem receber, os repasses aos municípios não eram feitos corretamente há tempos por falta de recursos, hospitais fechando as portas, estradas por fazer ou por restaurar e uma arrecadação insuficiente.
É preciso salientar o papel do legislativo mato-grossense, que esteve legitimamente ao lado do povo e em defesa do estado foi propositivo e colaborativo com o governo em todos os momentos. Inclusive cortando no próprio orçamento para colaborar ao máximo na reconstrução do estado.
Um ano e dois meses após a chegada da pandemia felizmente a saúde já tinha melhorado muito, após um hercúleo trabalho feito por vários agentes, mas diretamente capitaneado pelo incansável secretário de Saúde Gilberto Figueiredo. A pandemia não está sendo nada fácil; muitas perdas familiares (perdi meu irmão mais novo e meu sogro). É muito dolorido, pois sempre pensamos que políticas melhores poderiam ter evitado.
Podemos dizer que boa política ou bom político são aqueles que entendem e corrigem as situações para prover o estado e seus cidadãos. Só que não é assim que funciona. A sociedade é fatiada por diversos interesses corporativos e estes só entendem que o governo é bom quando beneficia o seu setor. Apesar de todo mundo falar e reclamar de crise, a verdade é que ninguém esta nem aí para a fila dos ossinhos. Afinal, corporações não são pessoas físicas e nem atua paras todos.
Essa história que o governador Mauro Mendes já está reeleito, que ele é imbatível porque tem dinheiro em caixa e está transformando o Estado de Mato Grosso em um canteiro de obras é conversa para boi dormir e acordar no matadouro.
A realidade é que determinadas categorias não estão nem aí se o governo vai bem, se é bom, se é honesto, se o governo vai fazer obras que atendem a todos os setores. Determinadas corporações nunca olharam para além de seus próprios umbigos. Querem, na verdade, um governo (presidente, governador ou prefeito) que atenda aos seus negócios.
Para não sair do estado e só para ficar em dois exemplos: o Agro está com a faca nas mãos para cravar nas costas deste atual governo! Sentem que ele não faz parte da sua turma e nem atende aos seus interesses. Na frente elogiam, mas por trás procuram outro nome que use botina e fale sua língua, mesmo que seja um novo “Silval”. “Os acontecimentos fazem mais traidores do que as opiniões” já falava François-René de Chateaubriand. O ex governador Dante de Oliveira que o diga. Foi traído e chincalhado pelo setor que ele mais beneficiou. O agro!
Os funcionários públicos poderão até chegar em 2022 sem fazer um grande movimento de enfrentamento (greve), mas não veem a hora de olhar para as urnas e digitarem o número de um governo “amigo” da categoria. No campo dos negócios não há pátria nem bandeira que não seja de seus próprios interesses.
A reeleição até poderá ser fácil, mas ainda tem que ser construída, com os pés no chão, dentro da realidade de diferentes interesses corporativistas e dentro dos interesses dos interessados. Em política não há espaço para inocência, não há espaço para confiança e nem confiabilidade. Se folgar a facada vem!
João Edisom de Souza é analista político em MT