Caso Isabele: MP vai recorrer da decisão que soltou adolescente

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ALMT TRANSPARENCIA

O MPE (Ministério Público Estadual) adiantou que vai recorrer da decisão que reverteu a prisão contra a adolescente que atirou e matou a própria amiga, Isabele Ramos Guimarães, de 14 anos, em julho de 2020.

O responsável pelo caso é o procurador de Justiça, Paulo Prado. Segundo ele, o MPE vai esperar a notificação da decisão, analisar cada um dos votos dos cinco desembargadores e recorrer da decisão da Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça.

Defesa

A defesa da adolescente que estava presa por ter sido condenada por atirar e matar a amiga, disse que a Justiça reconheceu que não houve prova do dolo na conduta da garota e reconheceu a ilegalidade da medida socioeducativa de internação.

O advogado Artur Barros Freitas Osti, responsável pela defesa da adolescente, lembrou os vários recursos que foram apresentados com o objetivo de impedir o resultado da Terceira Câmara Criminal na tarde dessa quarta-feira (08).

Para a defesa, a adolescente foi submetida ao cumprimento antecipado e uma sentença condenatória por um 1 ano e 5 meses. Segundo ele, a decisão que tinha tudo para ser reformada quando fosse submetida a revisão perante um órgão colegiado imparcial.

Artur Osti afirmou que é preciso uma reflexão mais aprofundada sobre o cumprimento antecipado das medidas socioeducativas, também de caráter punitivo, como aconteceu no caso da adolescente com a decisão que foi reformada.

A adolescente condenada por matar Isabele havia sido internada pelo ao infracional em janeiro 2021. Ela cumpria medida socioeducativa no Lar Menina Moça, no complexo Pomeri, em Cuiabá. Com a nova decisão, a menina foi solta no fim da tarde dessa quarta-feira (8).

Votos do TJMT

Os desembargadores Juvenal Pereira e Gilberto Giraldelli votaram pela manutenção da sentença de condenação da adolescente. Já Rondon Bassil votou pela absolvição total da menor de idade e afirmou que a sentença estava em estado de erro.

Contudo, Márcio Vidal e Luiz Carlos da Costa votaram para mudar a classificação do crime de doloso para culposo.

Diante do empate, prevaleceram os votos mais favoráveis à adolescente.

Morte de Isabele

A morte de Isabele Guimarães Ramos foi registrada no dia 12 de julho de 2020. Após investigações, a Polícia Civil indiciou a autora do tiro por ato infracional análogo a homicídio doloso.

A investigação concluiu ainda que a versão apresentada por ela, no decorrer do inquérito, era incompatível com o que aconteceu no dia da morte e que a conduta da suspeita foi dolosa, porque, no mínimo, assumiu o risco de matar a vítima.

O Ministério Público Estadual (MPE) acusou a amiga de matar Isabele, e no dia 10 de setembro daquele ano, pediu a internação provisória dela.

Seis dias depois, a Justiça aceitou o pedido do MPE, ordenou a internação da menina e deu início ao processo que tramita em sigilo. No entanto, a internação durou menos de 12 horas, porque a Justiça concede habeas corpus a pedida da defesa dela.

O TJMT manteve a adolescente em liberdade até a conclusão do processo, com medidas cautelares, como não sair depois de meia-noite de casa e não ingerir bebida alcoólica.

O processo foi concluído em janeiro de 2021. A adolescente foi condenada à internação em unidade socioeducativa.

Desde então, a defesa já impetrou vários recursos na tentativa de que ele cumpra de sentença, em casa.

Fonte: Primeira Página

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