Vereador Paccola diz que temia por morte de mulher ao matar agente socioeducativo

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CAMARA VG

Em discurso na tribuna da Câmara de Cuiabá, o vereador tenente-coronel Paccola (Republicanos) declarou, nesta terça-feira (6), que matou o agente socioeducativo Alexandre Miyagawa por interpretar que ele iria matar a própria namorada, Janaína Sá. Por isso, alega que agiu em legítima defesa de terceiro para impedir o que poderia ser configurado um feminicídio.

“A partir do momento que ele levanta a arma para cima da cabeça e havia uma discussão de casal, ainda tem uma mulher andando de costas e um homem sacando uma arma sem qualquer obstáculo à frente. Não tinha qualquer outra possibilidade de interpretação senão de que ele iria executar aquela mulher na frente de todos, motivo pelo qual eu tomei a atitude que eu precisei tomar naquele momento dentro do procedimento do qual eu fui treinado”, disse.

Paccola ainda mandou recado aos policiais militares afirmando que o episódio não serve para intimidá-los a tomar as ações necessárias para a preservação da vida alheia, atendendo aos critérios técnicos e com domínio emocional.

“Muitos PMs tem me enviado mensagens e quero dizer a vocês: não se abalem, não esmureçam, infelizmente nessa situação algumas pessoas dizem que não sou policial, mas vereador. Eu estou vereador, eu sou policial e vou morrer policial, serei policial todos os dias, e serei policial 24h. O cumprimento do meu juramento foi defender a sociedade mesmo correndo riscos. Essa mesma sociedade hipócrita, demagoga, que cobra o PM de agir, e quando você age é a primeira a te julgar.

Em seguida, o parlamentar criticou o julgamento antecipado nas redes sociais, alertando que o inquérito em andamento na DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa) ainda está na fase inicial e tampouco houve a produção de provas necessárias para formação de juízo de valor.

“Vida significa visualizar situações, identificar possíveis ameaças, decidir e agir. Existe uma regra chama três, três, três. São 3 segundos para em 3 metros executar até 3 disparos para solucionar uma situação que posso sair vivo ou morto. Daí você vai ser julgado por perito do Whatsapp, juiz de Facebook, promotor de Instagram. Pessoas que quando veem uma barata pulam em cima de uma cadeira e ficam desesperados porque não sabem o que fazer. Essas pessoas terão a vida inteira para ficar te julgando. São 30 dias para acessar filmagens, produzir perícia, ouvir testemunhas. Eu acredito nas instituições, e vou me defender sempre e quando necessário”.

Paccola ainda citou a Bíblia para dizer que não tem orgulho do ato praticado e manifestou condolências aos familiares da vítima.

“Não é confortável, manifesto minhas dores e meu mais sentimento expresso de pesar aos irmãos, amigos e familiares do Alexandre. Quero dizer a família a mesma frase do pastor Jefferson ontem que me tocou muito na palavra de João. “Você não compreende agora o que estou lhe fazendo; mais tarde, porém, entenderá”. Não sei por qual designío de Deus fez com que nós estivessemos naquele dia, naquele momento, naquela hora para ter aquele resultado. Mas, quero dizer que fui o primeiro a pedir aos vereadores que a Procuradoria acompanhasse as investigações. Espero que a Justiça seja feita. Acredito na Polícia Civil, Ministério Público, Justiça, peritos para chegar a conclusão do que aconteceu”, concluiu.

FONTE:HNT-HIPER NOTICIAS

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