A militância do Partido dos Trabalhadores de Mato Grosso pretende ingressar com uma série de ações judiciais contra o deputado federal Abílio Brunini (PL). Os processos são motivados pela postura do parlamentar, que foi, na última sexta-feira (10.02), uma sessão solene que comemorava os 43 anos da sigla, realizada na Câmara Municipal de Cuiabá.
Com o celular na mão, Abílio entrou no plenário e passou a filmar os militantes e as lideranças do PT, como o presidente estadual da sigla, deputado Valdir Barranco, que o cumprimentou brevemente e seguiu seu pronunciamento.
Única vereadora de Cuiabá do PT, Edna Sampaio, lamentou a atitude de Abílio, classificada por ela como desrespeitosa. “Lamentavelmente, o deputado entrou lá para fazer mais uma das suas aparições desrespeitosas e depois produzir fake news, dizendo que a presença dele, por exemplo, interrompeu a fala do deputado Barranco”.
Edna lembrou do histórico de Abílio, que chegou a ser cassado pela Câmara Municipal de Cuiabá por quebra de decoro, procedimento anulado posteriormente na Justiça. “Isso só reforça a imagem que ele está consolidando de si mesmo, uma pessoa que não tem respeito por ninguém e nem pela democracia. Por isso, a militância resolveu mobilizar uma ação contra o deputado”.
Nas redes sociais, a ex-deputada federal Rosa Neide ironizou a presença do bolsonarista nas comemorações do PT. “Olha quem também foi prestigiar o aniversário do Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras. O PT é o partido do povo, onde o povo tem voz”, disse.
Representação
Assessoria
Abílio tem se envolvido em uma série de polêmicas nos últimos meses. Na Câmara dos Deputados, o parlamentar é alvo de uma representação ao Conselho de Ética, apresentada pelo PSOL, que deseja a cassação do mandato do político, acusado de divulgar notícias falsas, minimizando os acontecimentos registrados em 8 de janeiro, quando centenas de golpistas invadiram e depredaram os prédios dos três poderes.
A postura do parlamentar, que chegou a gravar um vídeo no Salão Verde da Câmara dos Deputados, afirmando que os estragos feitos nos ataques foram mínimos, já foi alvo de críticas até do presidente da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL). “Todos que tiverem responsabilidades, vão responder, inclusive parlamentares que andam difamando e mentindo com vídeos dizendo que praticamente houve inverdades nas agressões que a Câmara dos Deputados sofreu no seu prédio. Então, esses deputados serão chamados à responsabilidade, porque todos viram a invasão, as cenas são terríveis, violentas, gravíssimas”, disse Lira.
Errata: Ao contrário do que foi publicado, o deputado não invadiu o evento. Era uma solenidade pública, realizada em um prédio público e não havia nenhuma restrição para o ingresso de pessoas. O texto foi corrigido
FONTE:PNB ONLINE.