Faustão furou a fila do SUS para conseguir o transplante de coração? Entenda0

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CAMARA VG

No domingo (27/08), Fausto Silva passou por uma cirurgia de transplante de coração no Hospital Albert Einstein, localizado em São Paulo. Aos 73 anos, o apresentador enfrentava um grave quadro de insuficiência cardíaca, o que o colocou como prioridade na fila de transplantes do Sistema Único de Saúde (SUS).

De acordo com boletim médico, a cirurgia durou cerca de duas horas e meia, foi um sucesso e ele foi transferido para a UTI para verificar os riscos de rejeição.

A notícia trouxe à tona uma onda de fake news nas redes, questionando a velocidade com que Faustão recebeu o novo órgão, levantando suspeitas de que ele poderia ter furado a fila.

“O sistema tem uma vigilância exemplar”, diz Gonzalo Vecina, sanitarista, fundador e ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

A Fila de Transplante não é uma ‘Fila’ no Sentido Tradicional

O termo ‘fila’ para a lista de transplante pode ser enganoso. Diferentemente do que o termo sugere, a alocação de órgãos não se baseia simplesmente na ordem de chegada, mas sim em múltiplos fatores que incluem compatibilidade do órgão, estado de saúde do paciente, e outros critérios médicos.

Coordenando Transplantes em Nível Nacional

O Sistema Nacional de Transplantes (SNT) é o órgão responsável por monitorar todas as listas de espera para transplantes em diferentes estados e regiões do Brasil. Essa organização trabalha em conjunto com outros órgãos federais de controle para assegurar que a ordem legal seja seguida e que nenhum indivíduo esteja em mais de uma lista de espera.

O Papel Crucial da Central Nacional de Transplantes

Essa entidade coordena as atividades das centrais estaduais, focando em agilizar procedimentos em casos de urgência e otimizar a utilização dos órgãos doados. O objetivo é garantir uma alocação justa e equitativa dos órgãos para os pacientes em espera.

Quem é Priorizado?

Existem critérios legais para a priorização de pacientes. Alguns exemplos incluem pacientes com falência renal que não podem mais fazer diálise, pessoas com insuficiência hepática aguda grave ou até mesmo casos que necessitam de assistência circulatória emergencial. Indivíduos que foram recentemente transplantados e tiveram rejeição do órgão também recebem prioridade.

O Caso de Faustão

Faustão está inserido em um contexto em que, apenas em São Paulo, 180 pessoas aguardavam por um transplante de coração no mês passado, e 386 em todo o Brasil até 16 de agosto.

A a lista de espera para transplantes é rigorosamente monitorada e segue critérios médicos e legais, sem dar margem para tratamento preferencial com base em status social ou financeiro.

Fatores que determinaram o transplante para Faustão:

  • Os transplantes precisam ser feitos com órgãos de mesmo tipo sanguíneo. Faustão é B, o que significa que é raro.

  • O coração tem que ser compatível com o tamanho do receptor.

  • Pacientes em situação grave não podem esperar muito tempo e tem “direito de passar na frente” daquele com quadro de saúde melhor. Por isso o Faustão era o 2 da lista.

  • A lista da prioridade ao doador e receptor do mesmo Estado. O órgão só sai da unidade federativa de origem da pessoa que está doando se não houver paciente compatível. Imagina você ficar transitando coração, fígado, rim, pelo Brasil afora. O órgão depois que é doado, que é retirado do doador, ele tem um tempo de vida.

  • Pacientes, da rede pública de saúde ou privada, integram a mesma e única lista por transplante no país. A lista para o recebimento de órgãos é ordenada pelo próprio sistema do Ministério da Saúde, depois de o potencial receptor ser incluído por médico com autorização vigente concedida pelo SNT (Sistema Nacional de Transplantes).

fonte: Diário do Centro do Mundo 

Faustão está com insuficiência cardíaca.

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