A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) rebateu nesta quinta-feira (18) falas machistas e misóginas proferidas pelo deputado federal Abilio Brunini (PL) durante a votação do relatório da CPMI do 8 de Janeiro. O parlamentar, para defender o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), insinuou que tanto a deputada carioca quanto a relatora da CPMI, Eliziane Gama (PSD-MA), nutrem uma paixão pelo ex-presidente.
“Como ela não conseguiu alcançar seus objetivos pessoais, partiu para o ódio, porque se ela não pode ter o Bolsonaro, ninguém terá”, afirmou Abilio Brunini sobre a relatora Eliziane para defender Bolsonaro.
Após a fala do parlamentar bolsonarista, Jandira pediu o direito de resposta ao presidente da sessão. Ela classificou como lamentável o episódio de agressão, especialmente dirigido às mulheres, e pontuou que esta é uma marca registrada dos bolsonaristas. Ela se referiu ao caso como “conteúdo da barbárie”.
“Presidente, a fala que provoca esse direito de resposta nem merece uma resposta no mesmo nível porque é baixo demais. É muito baixo nível e muita falta de respeito, muita desqualificação. Esse tipo de fala não poderia existir no parlamento brasileiro. Isso aqui é um lugar de representação popular, um lugar da democracia brasileira”, iniciou Jandira.
“E essa agressão, particularmente às mulheres, como tem sido feito aqui é profundamente respeitosa. É a marca, está no DNA dos bolsonaristas. Está no DNA agredir principalmente as mulheres. Esse tipo de desrespeito dá asco, porque não tem civilidade nenhuma. A civilidade não está no tom de voz, está no conteúdo. E esse conteúdo não participa da civilização, esse é o conteúdo da barbárie”, completou.
Essa, no entanto, não é a primeira vez que o deputado acumula falas de cunho machista e desrespeita mulheres. Em 2020, durante um debate da TV Vila Real, afiliada da Record TV em Mato Grosso, o deputado afirmou que a sua ex-adversária, Gisela Simona, atualmente deputada federal, seria uma boa candidata “apesar de ser mulher”.
“Muito obrigado, Gisela. Você, inclusive, é uma ótima participante da disputa eleitoral, mesmo sendo mulher”, respondeu Júnior, emendando que “não devemos ter secretaria pintada de rosa e chamá-la de Secretaria da Mulher”.
A deputada, no entanto, apesar de ter repudiado as declarações do deputado, o apoiou no segundo turno das eleições daquele ano.
Nesta quarta-feira, a vereadora de Cuiabá, Maysa Leão (Republicanos), disse que a queda do deputado Abílio nas intenções de voto para a prefeitura de Cuiabá é resultado dos tumultos que o parlamentar tem protagonizado no Congresso Nacional. Deputado de primeira viagem, Abílio tem acumulado histórico de confusões com parlamentares em audiência e comissões, inclusive tendo sido expulso de uma CPI e também é acusado de transfobia contra uma parlamentar.
“Eu vejo como um cenário natural [a queda de Abílio]. Infelizmente o Abílio tem levado muito na brincadeira esse excesso de senso de humor que ele tem. E eu acredito que o senso de humor, como tudo na vida, precisa de um equilíbrio. Ele é um deputado federal. Ele foi eleito para falar de pautas muito importantes e sérias em Brasília”, disse a vereadora.
Fonte: Olhar Direto