Conselheiros do CV ‘decretaram’ a morte de casal em VG por ‘caguetar’ o tráfico de drogas na região

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Foto: Reprodução
CAMARA VG

Em um grupo do WhatsApp denominado “Amigos da Bola”, composto por conselheiros do Comando Vermelho, do qual o tesoureiro geral em Mato Grosso Paulo Witer faz parte, foi decidido o decreto de morte dos “caguetas” da facção, aqueles que revelaram as atividades criminosas. A interceptação telefônica realizada pela Polícia, revelada no relatório final da operação Apito Final, registrou a ação dos envolvidos na execução de um casal de Várzea Grande acusado de liderar o tráfico de drogas.

Em uma mensagem enviada ao grupo sob o título “Relatório CVMT 22.02.2021”, João Disciplina informa que está recebendo queixas de um casal morador de Várzea Grande. B. e S estariam “caguetando” diversas biqueiras na cidade. Os relatos do casal resultaram na prisão de um membro do CV.

Três membros do Comando relataram que o casal estaria relatando a traficância no território do grupo. Se for confirmado que eles estavam delatando as atividades, o relatório solicita aos conselheiros o “imediato Decreto” do casal, “para que possamos resolver de uma vez por todas esse problema que tanto tem atormentado a nossa região em Várzea Grande, que é a raça maldita de caguetas”, diz um trecho da mensagem.

Outros prints interceptados mostram as suas opiniões sobre o relatório que entregou os “x9”. Eles decidem se é possível “decretar” o casal ou não. “De acordo com a minha opinião, o sal está sendo o responsável pelo problema”, disse um dos membros.

A juíza Helícia Vitti Lourenço, do Núcleo de Inquéritos Policiais, responsável por autorizar a Operação Apito Final, que tem como objetivo desmantelar um esquema de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro que movimenta R$ 65 milhões em dois anos, destacou essas mensagens para decidir pela prisão de 25 investigados.

De acordo com a orientação dada pelo mentor intelectual do crime, Paulo ‘Ita’, é claro que, apesar de o Relatório Técnico e toda a investigação apurarem condutas criminosas supostamente praticadas há anos, a prisão atual é evidente, seja por ser um crime permanente, seja porque os alvos estão inseridos em diversos setores da sociedade civil. “Isso não se limita à atualidade, mas também demonstra a necessidade da prisão em questão”, frisou a magistrada.

Apito Final

A ação policial é uma parte da Operação W.O., que foi iniciada no último dia 29, em Maceió (AL), pela Delegacia de Repressão ao Entorpecente (DRE) Além de W.T., também foram presos Alex Júnior Santos de Alencar, Andrew Nickolas Marques dos Santos e Tayrone Junior Fernandes de Souza, quando participavam de um jogo de futebol na capital alagoana. Como era o líder da organização, os investigadores anteciparam a ação contra W.T. e deflagraram a operação.

Nesta terça-feira (2), a polícia cumpriu 25 mandados de prisão e 29 de busca e apreensão, além da indisponibilidade de 33 imóveis, do sequestro de 45 veículos e do bloqueio de 25 contas bancárias dos alvos investigados pelos crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos ou valores, tráfico de drogas e integração de organização criminosa.

 

 

Fonte: Informações/ Olhardireto