Novo chefe da Casa Militar acredita que episódio dos grampos foi superado e fala em retomada de direção

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O novo chefe da Casa Militar, tenente-coronel Eduardo Henrique Souza, acredita que o episódio das escutas ilegais que teriam acontecido durante a gestão do ex-governador Pedro Taques (PSDB) já foram superadas. Para ele, este é o momento da instituição retomar a direção e continuar a auxiliar na inteligência: “é um setor  importante que abastece o governo”.

“Temos que fazer isto [retomada de confiança] com o trabalho. A questão da inteligência continua, é um setor importante que abastece o governo de inteligência estratégica. Estamos trabalhando nesta linha”, disse o tenente-coronel.
 
O chefe da Casa Militar ainda acrescentou que “com o tempo, as pessoas vão perceber que houve uma retomada de direção, já que historicamente a Casa Militar sempre trilhou um caminho interessante no sentido de não ser protagonista das coisas e sim assessorar os governos”.
 
O governo de Pedro Taques ficou conhecido, entre outras coisas, pelo “escândalo dos grampos”, que interceptou ilegalmente políticos, jornalistas e advogados em Mato Grosso. Na Vara Militar, o cabo PM Gerson Corrêa confessou ter cometido os crimes e afirmou que houve a participação do ex-chefe do Executivo.

Relator do caso dos grampos ilegais enquanto o inquérito tramitava no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), o desembargador Orlando Perri garantiu que continuará a conduzir o processo da mesma forma como vinha trabalhando, no caso de a investigação, hoje em sigilo no Superior Tribunal de Justiça (STJ), retorne para sua relatoria.

Em entrevista durante a posse do governador Mauro Mendes, o magistrado disse que já estava próximo de solucionar o caso, no momento em que ele foi para instância superior e garantiu que continuará com o mesmo empenho se ele retornar para sua relatoria.

“Vejo isso com muita tranquilidade. Não sei o que se fez no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, mas nós já estávamos bastante avançados nas investigações. Os delegados, eles me afirmaram na época que estavam prestes a solucionar estas questões dos grampos. Houve esta ordem superior, as investigações foram avocadas e nós não sabemos em que Estado elas se encontram. Mas se retornarem para minha relatoria eu darei a mesma condução que vinha dando, com muita responsabilidade e com observância dos direitos fundamentais”, afirmou.

Entenda
 
Em, maio de 2016, o esquema dos grampos veio à tona com reportagem publicada pelo Fantástico. O esquema foi concebido na modalidade “barriga de aluguel”, quando investigadores solicitam à Justiça acesso aos telefonemas de determinadas pessoas envolvidas em crimes e no meio dos nomes inserem contatos de não investigados.

Neste caso específico, as vítimas foram inseridas e uma apuração sobre tráfico de drogas. O ex-secretário de Segurança Pública, Mauro Zaque, afirmou que informou ao governador do Estado sobre o esquema e Pedro Taques, em coletiva à imprensa, afirmou que é vítima de vingança pessoal e determinou ainda imediata apuração do esquema.

São réus no processo militar: o ex-comandante da PM, coronel Zaqueu Barbosa; os coronéis Ronelson Barros e Evandro Lesco , ex-chefe e ex-adjunto da Casa Militar, coronel Januário Batista; e o cabo Gérson Correa Júnior.

Também constam como investigados: o ex-secretário de Segurança Pública, Rogers Jarbas; major Michel Ferronato; a esposa de Lesco, Hellen Lesco e o ex-secretário de Justiça e Direitos Humanos, Airton Siqueira.

 

Fonte: Olhar Direto

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