“Violência contra a mulher tem que ser cotidianamente relembrada”, diz delegada

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Foto: Rogério Florentino Pereira/OD
ALMT TRANSPARENCIA

Fonte: Olhar Direto

Um levantamento do Monitor da Violência apontou que Mato Grosso é um dos estados com maior taxa de feminicídio no Brasil. Em 2019, foram 39 mulheres mortas apenas por serem mulheres. Isso significa a taxa de 2,3 para cada 100 mil. A delegada Juliana Chiquito Palhares, que atuou na Delegacia de Homicídios de Cuiabá e cuidou de diversos casos envolvendo morte de mulheres, defende que a temática de violência deve ser cotidianamente lembrada.

“Eu vi uma reportagem que faziam justamente essas perguntas, os casos aumentaram ou as notificações aumentaram dando maior visibilidade e esse volume todo? É algo que tem que ser estudado. A temática ‘violência contra a mulher’ tem que ser sempre e cotidianamente relembrada para todos como aqueles que promovem as políticas públicas, como os que elaboram, tendo esse viés, esse indicador”, disse a delegada, que atualmente é da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).

Desde 9 de março de 2015, a legislação prevê penalidades mais graves para homicídios que se encaixam na definição de feminicídio – ou seja, que envolvam “violência doméstica e familiar e/ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher”. Os casos mais comuns desses assassinatos ocorrem por motivos como a separação.

“É preciso urgentemente que repensemos as formas de políticas públicas, o que a mulher está mais precisando? Outro dado interessante dessa matéria que eu vi é que a cada dez mulheres que sofreram violência doméstica, sete não registraram ocorrência. Ainda temos essa situação, porque as mulheres não procuram as autoridades? Falta de efetividade? vergonha? medo? A gente precisa estudar esse fenômeno”, pondera.

Para ela, ainda falta segurança para a vítima que faz a primeira denúncia. “Acredito que evoluímos bastante nesse sentido, mas precisamos aperfeiçoar isso. Porque as mortes estão ocorrendo e ainda temos a situação que de dez mulheres, sete não registram. Isso é um termômetro para gente. Todos nos como sistema de justiça criminal, como sociedade, temos que cobrar daqueles que elaboram e aqueles que aplicam e promover políticas públicas”, afirma.

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