Série documental sobre Max Verstappen e Lewis Hamilton mostra os bastidores da Fórmula 1

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CAMARA VG

Em alta no mercado audiovisual, os conteúdos originais têm ganhado cada vez mais espaço dentro das plataformas de streaming. Tratam-se de produções que buscam levar ao público materiais inovadores, interessantes o suficiente para serem consumidos quase que de maneira viciante. No esporte, os conteúdos originais ainda dão seus primeiros passos, mas com um caminho promissor a ser explorado. Prova disso é a série Drive to Survive, grande sucesso, principalmente entre os fãs do automobilismo, e com previsão de estreia da quarta temporada para 11 de março.

A data para o lançamento não foi escolhida aleatoriamente: é uma semana antes do início da temporada 2022 da Fórmula 1 e serve como uma espécie de aquecimento. Drive to Survive leva ao público a possibilidade de se sentir fazendo parte do mundo das corridas, acompanhando os bastidores, os desafios e a vida dos pilotos.

A nova temporada vem em bom momento, já que segundo pesquisa de 2021 da empresa de análise global Nielsen Sports, o interesse na Fórmula 1 cresceu em 73 milhões de pessoas (equivalente a 20%) durante 2020, em dez dos principais mercados da modalidade, que são compostos por Brasil, China, França, Alemanha, Itália, Rússia, Coreia do Sul, Espanha, Reino Unido e os Estados Unidos. O estudo traz ainda que 77% do crescimento foi impulsionado pela faixa etária de 16 a 35 anos, que em 2021 representou 46% dos interessados na categoria automobilística. Para a Nielsen, o sucesso de Drive to Survive está diretamente relacionado ao aumento da popularidade da Fórmula 1 entre o público mais jovem, e a expectativa é que em 2022 a F1 alcance 1 bilhão de fãs.

Autor do livro “Inovação é o Novo Marketing” e executivo de inovação no esporte, Bruno Maia, CEO da Feel The Match, explicou por quais motivos os conteúdos originais devem se popularizar com rapidez.

“Diante de uma geração de consumidores habituados a assistir conteúdos na hora e local em que quiserem, o formato “ao vivo” do esporte ganha um companheiro para suprir a demanda. Além disso, os altos custos dos direitos de transmissões ao vivo, que são mais difíceis de serem negociados globalmente do que conteúdos originais, e o crescimento da presença dos grandes atletas como marcas maiores do que seus próprios times mudam o cenário do mercado. Conteúdos originais ainda adicionam valor em uma cauda larga de receitas, que não se expira quando o evento acaba. Não à toa, a Netflix já anunciou o investimento de US$ 17 bi em novos conteúdos originais para 2022 e a HBO MAX promete mais, US$ 20 bi”, destaca Maia.

A nova temporada de Drive to Survive mostra em detalhes, entre outros momentos, a emocionante disputa de Max Verstappen e Lewis Hamilton, pela conquista do campeonato de 202, que só foi decidida na última volta. A série documental é considerada um grande sucesso pela Netflix e corrobora com os números trazidos pelo Gauge Repor, da Nielsen. De acordo com o relatório, o consumo de vídeo nas plataformas de streaming cresceu em grande escala ao longo da quarentena.

O documento aponta que apenas no primeiro semestre de 2021 houve aumento de 21% de consumo nas plataformas. Número considerado bastante alto tendo em vista o crescimento observado ao longo de 2020. A Netflix registrou novos 1,5 milhão de assinantes no segundo semestre do ano passado. Em 2020, no mesmo período, já haviam sido 10 milhões de novos clientes. Percebendo as possibilidades a serem exploradas no streaming, poderosos grupos tradicionais de comunicação estão lançando suas próprias plataformas, provocando aumento na demanda de conteúdos originais.

Entre as plataformas que estão investindo pesado e que buscam trazer conteúdos originais voltados para o esporte, encontra-se a HBO MAX, que deve lançar ainda no primeiro semestre deste ano a polêmica série Romário, O Cara, dividida em seis episódios, com direção de Bruno Maia, e que mergulha pela história de vida do ex-atacante. Para Maia, os conteúdos originais esportivos vieram para ficar.

“No Brasil há uma escassez ainda maior desse tipo de produto disponível no catálogo das principais plataformas, o que deve acelerar a demanda de aquisição e desenvolvimento. Temos um histórico de consumo de esporte baseado em jogos ao vivo e jornalismo promocional, aquele feito especificamente para promover a competição que a emissora transmitia. Esporte como entretenimento é coisa nova e urgente”, conclui.

Fonte: Exame

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