Acontece, entre os dias 7 e 9 de novembro, o 1º Congresso Ibero-americano de Comunicação e Mídia, promovido pelo Departamento de Comunicação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). O evento tem como temática “Resistência, Imaginários e Decolonialidades” e conta com a participação de mais de 40 pesquisadores de diversas nacionalidades, incluindo dois professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
Ao lado do professor Wildoberto Batista Gurgel, da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Unifersa), o professor Vinicius Souza, do curso de Jornalismo e do mestrado em Comunicação e Poder da UFMT (PPGCOM/UFMT), participa da mesa “Mistanásia e a atuação da mídia hegemônica na banalização da morte”, em que discute como os grandes veículos da imprensa nacional lidaram, ao longo dos últimos anos, com o tema da morte.
Em entrevista ao PNB Online, Souza explica que a intenção é, baseado em um retrospecto da história recente brasileira, promover uma reflexão acerca das escolhas narrativas feitas pela imprensa hegemônica que sucessivamente colocaram interesses neoliberais à frente do debate sobre a segurança, o bem-estar e a vida da população. Nesse sentido, a normalização da candidatura e do governo de Jair Bolsonaro (PL), político de extrema-direita, ganham destaque.
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“Mistanásia significa exatamente você não dar importância para a morte. E o fascismo é a morte. O que estamos vendo agora é um governo que desdenhou da morte durante quatro anos. Falou que a pandemia era uma gripezinha, que atacou o meio ambiente, que cortou recursos importantes para a população, que fez discursos de ódio. Há um governo então, calcado na morte. E essa mídia naturalizou o Bolsonaro desde sempre, como se, de fato ele fizesse parte do jogo democrático”, afirma.
Além de Vinícius Souza, que participa como palestrante do evento, o jornalista e professor Pedro Pinto de Oliveira, docente do PPGCOM/UFMT e do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Cultura Contemporânea (PPGECCO/UFMT), que faz parte do Comitê Científico deste evento.
Mais sobre o evento
Entre outros nomes de destaque no evento estão Ailton Krenak, Alejandro Barranquero Carretero, Carolina Rojas, Daniel Horacio Cabrera Altieri, Eduardo Viveiros de Freitas, Germán Llorca-Abad, Iolanda Tortajada, José Arbex Jr., Ladislau Dowbor, Lorena Travassos, María Emilia Tijoux, Norval Baitello Jr., Rodrigo Browne-Sartori e Rosemary Segurado. As mesas terão temas como Decolonialidades e imaginários a partir do Sul: cartografias do tecido social; Ambientes de Resistência: uma outra História Social é possível; Decolonialidades nas Artes e nos Museus: experiências, vivências e resistências na Amazônia; Desinformação e polarização política; Comunicação e Educação: representatividades emancipatórias pelo direito a Re-Existência; e Redes, jornalismo e mobilização: transformação tecnológica do poder e da democracia.
As palestras de abertura, no dia 7 de novembro às 11hs, serão ministradas pelo Prof. Dr. Daniel Horacio Cabrera, da Universidad de Zaragoza, na Espanha, com o tema “Apantallamiento de la vida pospandemica” (“As telas como blindagem da vida pós-pandêmica”) e o Prof. Dr. Norval Baitello Junior, da PUC-SP, falando sobre “A vida nos buracos. Onde nos escondemos a partir da pandemia”. Ambas são reflexões profundas sobre a midiatização da vida e seu aprofundamento com o isolamento social imposto pela pandemia.
O evento será totalmente online e as inscrições para assistir as mesas e colaborar com perguntas aos debatedores seguem abertas até o dia 30 de outubro pelo site do evento neste link. Estudantes e professores de pós-graduação também podem submeter resumos de artigos acadêmicos que tratem do tema “Resistência, Imaginários e Decolonialidades” para o Comitê Científico do evento, também até o dia 30 de outubro, e, se aprovados, enviar os artigos completos até 20 de janeiro de 2023 para publicação na Revista Nhengatu, publicada pelo Grupo de Pesquisas Mediatel e disponível no Portal de Revistas da PUC-SP.
FONTE:PNB ONLINE
