A chacina que matou sete pessoas após uma partida de sinuca completa um ano; o acusado aguarda o julgamento

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Foto: Reprodução
CAMARA VG

Getúlio Rodrigues Frazão e a filha Larissa, de 12 anos, Adriano Balbinote, de 46 anos, Elizeu Santos da Silva, 47, Josué Ramos Tenório, 48, Maciel Bruno de Andrade Costa, 35, e Orisberto Pereira Souza, 38, foram assassinados de forma covarde há um ano, no trágico episódio conhecido como Chacina de Sinop.

Em pleno carnaval de 2023, Edgar Ricardo de Oliveira, de 30 anos, e Ezequias de Souza Ribeiro, de 27, inconformados com as derrotas em partidas de bilhar, ceifaram a vida de sete pessoas.

As câmeras de segurança registraram a ação. De acordo com a polícia, o crime foi motivado após Edgar e Ezequias terem perdido R$ 4 mil em uma partida de sinuca. De acordo com o delegado Braúlio Junqueira, Edgar passou a manhã em conflito com a vítima. Após uma grande perda, Ezequias e Ezequias se deram por satisfeitos.

Após uma nova derrota, o assassino ficou furioso e deu um sinal a Ezequias, que sacou uma pistola calibre.380 e rendeu todos os que estavam no bar. Edgar foi até o seu caminhonete e pegou uma espingarda calibre 12. Larissa foi alvejada por um tiro nas costas, enquanto se dirigia aos assassinos.

A Federação de Tiro de Mato Grosso (FTMT) notificou que Edgar é registrado como CAC e frequentava um clube de tiro da cidade. No entanto, devido a diversas faltas, ele foi dispensado de forma irregular, uma vez que um dos requisitos legais para se tornar CAC é pertencer a um clube ou entidade de tiro ou caça e manter uma regularidade.

Ezequias foi morto pela polícia enquanto tentava escapar da responsabilidade pelos crimes que cometia. Edgar foi preso e permanece recolhido na Penitenciária Central do Estado (PCE), onde aguarda o julgamento do Tribunal do Júri, agendado para o dia 18 de junho, às 8 horas.

Edgar Ricardo Oliveira, que foi o responsável pelos disparos, disse que agiu motivado por eventos do passado e, em relação ao dia, alega que o fez em resposta às alegações das vítimas de que ele não seria o pai biológico da filha.

No entanto, essa versão é rechaçada pelo Ministério Público, que, através da promotora Carina Sfredo Dalmolin, apresentou os memoriais finais ao juízo da 1a Vara Criminal de Sinop, solicitando que os sete homicídios qualificados sejam submetidos ao júri popular.

A versão apresentada por Edgar foi escolhida como estratégia de defesa e é corroborada por sua mãe e esposa, que demonstram interesse em abrandar a pena. No entanto, os depoimentos de sobreviventes da chacina e os áudios captados pela câmera de segurança do bar corroboram a versão apresentada por ele.

De acordo com os autos, o vídeo captado pela câmera revela que não houve “tirada de sarro”, uma vez que, no momento em que errava a última bola da partida de sinuca, ele atirou a tacada na mesa, demonstrou a sua irritação, trocou uma palavra com Ezequias, seu comparsa, sacou as armas e atirou-se contra as pessoas que ali estavam.

Nos memorandos finais, apresentados à justiça em julho do ano passado, a promotora anexou depoimentos de uma sobrevivente e quatro testemunhas que corroboram a tese de Edgar. Além disso, sua ex-namorada também confirmou que a motivação foi a derrota na partida, uma vez que, em outras ocasiões, já demonstrou agressividade ao perder uma partida de sinuca.

A ex dele, inclusive, alega que “Edgar gostava de ser o centro das atenções, mas não gostava muito quando perdia, chegando a ser agressivo com as pessoas.”

Os memoriais são a última etapa para as partes no processo, antes de serem remetidos ao juiz para que sejam submetidos à sentença, que já foi proferida e determinou que Edgar seja submetido ao júri.

Ação de indenização

A família de uma das vítimas solicitou R$ 300 mil de indenização por danos morais. Em 8 de maio de 2023, o juiz Cleber Luis Zeferino de Paula deferiu o bloqueio de alguns bens móveis e imóveis de Edgar, de acordo com o pedido de liminar formulado por familiares de Maciel Bruno de Andrade Costa, uma das vítimas, a fim de receber uma indenização.

A liminar, que foi concedida de forma parcial, bloqueou apenas uma motocicleta Honda CG Titan. Além disso, a polícia apreendeu uma caminhonete S10 em nome de Edgar. A picape está avaliada em cerca de 100 mil reais.

Dessa forma, a defesa requereu ao juiz a determinação de que o Detran e o Cartório do 2o Ofício de Sinop apresentem dados sobre a existência de escritura pública de bens imóveis em nome de Edgar, para fins de averbação.

A esposa de Maciel Bruno relata que, com a morte, ficou sem o seu provedor e o pai de seus filhos (dois menores de idade). Diante disso, e tendo em vista os danos causados à Requerente e aos seus filhos pela perda do seu esposo e provedor da família, não há outra opção senão propor esta ação indenizatória.

A família requereu, no mérito, que Edgar fosse condenado a pagar uma pensão mensal, desde a morte da vítima, de um salário mínimo, para cada requerente (mãe e dois filhos), de acordo com a expectativa de vida da vítima.

A condenação ao pagamento dos danos morais sofridos, tendo em vista toda a dor e transtornos causados, no valor de 300 mil reais.

 

 

Fonte: Informações/ Olhardireto