O juiz determina que o médico envolvido em duplo homicídio fique preso em cela separada e receba atendimento psicológico

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Foto: Reprodução
CAMARA VG

O juiz substituto João Zibordi Lara, manteve a prisão do médico Bruno Gemilaki Dal Poz, 28 anos, acusado de envolvimento em um duplo homicídio ocorrido no último domingo (21) O magistrado, no entanto, permitiu que ele permanecesse em uma cela separada dos outros presos e determinou que a unidade penitenciária conceda o devido atendimento psicológico ao detento.

As decisões foram tomadas durante uma audiência de custódia realizada na quarta-feira (24) Além de Bruno, foram presos os familiares dele, Inês Gemilaki, Eder Gonçalves Rodrigues e Márcio Ferreira. Todos os presos foram mantidos presos durante a audiência de custódia.

Na decisão à qual a reportagem teve acesso, o magistrado determinou que, apesar da falta de documentos que comprovem a saúde mental de Bruno, a unidade prisional providencie o atendimento adequado ao investigado. Um ofício será enviado à Cadeia Pública de Peixoto de Azevedo para ser analisado.

O acesso ao processo solicitado pela defesa para a prisão de Bruno foi negado pelo juiz. Ele explicou que a solicitação deve ser apresentada nos autos originais, para que seja analisada pelo juízo competente. Contudo, tendo em vista a procuração apresentada na audiência de custódia, o juiz determinou a habilitação do advogado de Bruno para o processo em questão.

Em relação ao pedido do custodiado para que fique separado dos outros presos, de acordo com o artigo 84 da Lei Penal, defiro. “Informe a Unidade Prisional competente para proteger os direitos do custodiado”, diz parte da decisão.

Os crimes

De acordo com a delegada Anna Marien, responsável pelas investigações, o crime foi motivado por um desacordo comercial. Inês adquiriu a propriedade onde ocorreu o crime em 2021, por um período de seis meses, por R$ 4,5 mil. O contrato teria validade entre 30 de março e 30 de setembro daquele ano.

Após o término do prazo inicial, em 28 de setembro daquele ano, Inês renovou o contrato por mais seis meses, com início em 29 de setembro e término em 29 de março de 2022, por R$ 5 mil. Contudo, ela só saiu da residência um mês depois, em maio daquele ano.

Dessa forma, ela ingressou no pólo passivo de uma ação de cobrança de aluguel, com indenização por danos materiais e lucros cessantes, em maio de 2023. Inês foi acionada judicialmente devido à inadimplência no pagamento do aluguel em 2023, às contas de consumo e ao estado precário da residência quando da desocupação, o que resultou na negativa de pagamento. O prejuízo seria de aproximadamente R$ 60 mil.

Inês, no dia anterior ao crime, procurou a delegacia da Polícia Civil para registrar um boletim de ocorrência contra o proprietário da residência. De acordo com o registro policial, ele teria feito ameaças públicas contra os investigados, em razão do processo que trata do contrato de aluguel.

No dia 21 de abril, Inês, Bruno Gemilaki e Eder Gonçalves Rodrigues invadiram uma residência onde estava ocorrendo um aniversário e dispararam contra diversas pessoas.

Pilson Pereira da Silva e Rui Luiz Bogo foram atingidos a tiros e morreram no local. Um padre também sofreu um ataque, mas está bem. De acordo com a Polícia Civil, o objetivo principal dos criminosos não foi atingido.

Inês, Bruno e Eder fugiram em uma caminhonete conduzida por Márcio Ferreira, o companheiro de Inês. Desde então, as forças policiais vêm sendo perseguidas.

Durante a fuga, Inês e Bruno foram flagrados comprando cervejas em uma conveniência. Na manhã desta terça-feira (23), a Polícia Civil obteve a prisão de Eder e Márcio. Eles estavam escondidos em uma casa na cidade de Alta Floresta. Eder admitiu ter participado do episódio.

 

 

Fonte: Informações/ Olhardireto