Detentas reclamam que personal trainer teria privilégio em presídio

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Reprodução
CAMARA VG

Midia News

A delegada Ana Cristina Feldner encaminhou, nesta terça-feira (3), um ofício ao secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos, Fausto José de Freitas, relatando um suposto privilégio que seria dado à personal trainer Helem Christy Carvalho Dias Lesco.

Segundo informações recebidas pela delegada, que comanda as investigações do Tribunal de Justiça a respeito do esquema dos grampos ilegais em Mato Grosso, familiares de outras mulheres detidas no Presídio Ana Maria do Couto May, em Cuiabá. reclamaram do suposto tratamento diferenciado dado à personal.

Segundo o ofício, foi permitida a Helem, mulher do ex-chefe da Casa Militar, coronel PM Evandro Lesco – também detido – manter o seu “alogamento capilar”, conhecido como "mega hair".

Segundo apurou a reportagem, é expressamente proibido a qualquer detenta o uso deste tipo de tratamento de beleza. Isto porque os cabelos podem ser usados para a prática de violência contra colegas de cárcere, como enforcamento, ou, até mesmo, pela presa para atentar contra a própria vida.

A Polícia Civil relatou ainda, no ofício encaminhado à Sejudh, que o suposto privilégio dado à personal trainer gerou atritos e um princípio de motim.

 

Ana Cristina Feldner - Delegacia do Consumidor

A delegada Ana Cristina Feldner, que enviou ofício à Sejudh

A delegada solicitou ao secretário que apure a informação e que tome as providências, caso a denúncia seja verdadeira.

 

Prisão

Helem Lesco foi presa na semana passada, durante a Operação Esdras, da Polícia Civil, acusada de integrar um grupo que tentava atrapalhar as investigações sobre o esquema de grampos ilegais em Mato Grosso.

Helem, Lesco e outras seis pessoas – entre elas, os secretários de Estado Airton Siqueira e Rogers Jarbas e o ex-secretário Paulo Taques, primo do governador Pedro Taques (PSDB) – tiveram a prisão preventiva decretada pelo desembargador Orlando Perri, que é relator no processo que investiga as interceptações clandestinas.

Siqueira é ex-secretário de Justiça e Direitos Humanos, e Jarbas, ex-titular da Segurança Pública.

Segundo as investigações, o grupo tentava provocar a suspeição de Perri. Eles chegaram a instalar uma câmera na farda do tenente-coronel PM José Henrique Costa Soares para gravar imagens e áudio do magistrado.

Soares, que era escrivão do inquérito policial militar sobre os grampos no âmbito da PM, se arrependeu do plano e procurou a Polícia Civil para denunciar o grupo.

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