Instituições não se pautam por Whatsapp; o que vale é o oficial”

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Foto: Alair Ribeiro/MidiaNews
CAMARA VG

Midia News

A delegada Ana Cristina Feldner, que atuou nas investigações relativas ao esquema de grampos ilegais operado no Estado, rebateu críticas feitas pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), no que diz respeito ao interrogatório do cabo PM Gérson Correa.

Em nota à imprensa, o Gaeco afirmou ter “estranhado” o fato de o militar prestar declarações à Polícia Civil, mesmo após o Superior Tribunal de Justiça ter avocado (chamado para si) os inquéritos da chamada “grampolândia”.

Segundo a delegada, o interrogatório realizado na última segunda-feira (16), ocorreu em razão de que, até aquela data, a PJC ainda não havia sido notificada oficialmente sobre a decisão do ministro Mauro Campbell.

“Lamentavelmente o MPE criticou o fato de a Polícia Civil ter tomado esse depoimento. Vimos isso com muita tristeza. Sabemos que é uma instituição que tem conhecimento da lei e sabe que a gente não se pauta por notícias de Whatsapp; o que vale é o oficial”, disse a delegada, em entrevista concedida ao programa "Cadeia Neles", da TV Record.

“Um órgão com seriedade se pauta por comunicações oficiais. Todos os conhecedores da lei sabem que a gente só deve tomar conhecimento de forma oficial após uma intimação oficial”, afirmou Feldner.

Ainda de acordo com a policial, tal notificação ocorreu por e-mail, às 19h54 daquela segunda-feira, horário em que o interrogatório do cabo Gerson já havia sido concluído.

Desta forma, segundo a delegada, não há que se falar em qualquer tipo de ilegalidade em relação ao depoimento que, inclusive, revelou novos fatos sobre o esquema de escutas clandestinas.

“Foi um depoimento legal. O interrogatório do cabo Gerson se encerrou antes de sermos oficiados da avocação do inquérito. Então é um depoimento absolutamente legal, com toda validade jurídica”, afirmou.

“A partir do momento em que recebemos a comunicação oficial, todos os atos de investigação foram interrompidos, inclusive a diligência que estava em curso”.

 

“Estória cobertura”

Ainda durante a entrevista, a delegada disse que as críticas feitas pelo MPE podem ter sido motivadas em razão de o cabo Gerson ter afirmado que, durante o período em que trabalhava no núcleo de interceptações ilegais do Gaeco, foi criada uma "estória cobertura" pelo então coordenador do órgão, promotor Marco Aurélio, e pela juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital.

De acordo com o PM, a suposta "estória cobertura" teria sido criada para interceptar o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e o ex-deputado José Riva

“É difícil falar pela cabeça do outro. Mas, pela lógica, tudo leva a crer que talvez seja isso. No depoimento o cabo faz revelações do Gaeco e na sequência vem a crítica”, concluiu Feldner.

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