‘Pretendo aproximar a Câmara do povo’, diz candidato a presidência da mesa diretora

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CAMARA VG

Eleito como o segundo mais votado na Câmara Municipal de Cuiabá com 5.095 votos na eleição de 2016, o líder comunitário e presidente do Shopping Popular por nove mandatos, Misael Galvão (PSB) colocou o seu nome a disposição da disputa da mesa diretora, para o biênio 2019/2020 e garante que já tem o apoio da maioria dos vereadores para ser eleito no mês de agosto.

Em entrevista, o parlamentar garantiu que não irá recuar e que está em busca de mais apoio, inclusive o do presidente Justino Malheiros (PV), que briga na justiça para conseguir se reeleger.

Entre suas propostas, o parlamentar destacou que pretende deixar a Câmara mais transparente para os veículos de comunicação e principalmente para a população cuiabana. “A Câmara é a casa do povo. Então ela tem que comunicar com este povo. Isso nós pretendemos fazer esta aproximação da população”, disse.

Até o momento, apenas Misael colocou o seu nome na disputa. Além dele, o atual presidente, tenta reverter na justiça uma liminar que suspendeu o seu direito de disputar a reeleição, aprovado na Câmara em uma votação polêmica.

Confira alguns trechos da entrevista
 

Olhar Direto: Por que o senhor pretende ser presidente da Câmara de Cuiabá?

Misael Galvão: A política vem de missão e de vocação. Eu não tenho medo de desafio na minha vida. Como hoje todos os 24 vereadores podem disputar a eleição, eu tive a coragem de colocar meu nome a disposição. Falo 24, por que o nosso presidente precisa reverter a questão da justiça. Então todos os 24 que estão lá podem votar ou ser votado. Como eu sempre gostei de desafio e quebrar paradigmas. Eu venho do seguimento comunitário, do seguimento de camelô. Venho de zona de conflito. Mas os conflitos com resultados positivos. Então como a eleição vai ser em agosto me coloquei a disposição dos nobres pares e hoje já somamos 13 votos declarados e vamos chegar a 15 ou 16.

OD: O senhor já contabiliza 13 votos, mas nos bastidores, pessoas ligadas ao presidente Justino garantem que ele também está prestes a fechar 15 votos. Como a Câmara só tem 25 vereadores a conta não bate.

MG: A minha conta bate. Eu sou uma pessoa que trabalha com muita transparência para sociedade, até por que é para ela que eu tenho que prestar conta. Foi pela sociedade que eu fui eleito para trabalhar e quando eu tomei a posição de ser candidato tiramos uma foto (abaixo) para mostrar que todos foram de acordo para que fosse divulgada e para que a sociedade saiba  quem está me apoiando. Foi um posicionamento dos vereadores.



OD: Na foto divulgada, notamos a presença do secretário de Trabalho e Desenvolvimento Econômico, Vinícius Hugueney (vereador licenciado). Ele se comprometeu a retornar à Câmara para votar no senhor?      
       
MG: O vereador Vinícius está hoje como secretário e fazendo um bom trabalho a frente da Secretaria de Trabalho. Ele colocou sua disponibilidade de apoio. Ele foi um dos vereadores que pediu para que a foto de apoio viesse a público. Ele se comprometeu a retornar para Câmara e votar durante a eleição.

OD: O senhor foi um dos vereadores que entrou com um mandado de segurança para suspender o projeto de resolução que permite o presidente Justino se reeleger. O senhor é contra reeleição?

MG: Eu não sou contra reeleição, sou contra o jeito que o processo foi feito. Em primeiro lugar não foi cumprido a Lei Orgânica e nem o regimento interno da casa. Quando não cumpre o rito o projeto não pode ser votado. Isso não foi discutido, não foi aberto. Chegou naquele momento ali e colocaram em votação. Então eu me senti no direito de buscar a justiça, eles deram a liminar e agora está sob judice esta questão da reeleição do presidente.

OD: Caso Justino consiga reverter esta decisão na justiça, muda algo?

MG: Para mim não. Sou candidato, tenho apoio da maioria declaradamente, com a possibilidade reais de aumentar o apoio. A minha decisão de ser candidato já está tomada e estou trabalhando para ampliar a candidatura.

OD: Em 2016, o senhor também colocou o seu nome para disputar a presidência, mas acabou recuando e apoiando Justino.

MG: Coloquei sim meu nome a disposição, mas ele tinha a maioria. Eu sou uma pessoa que não desagrega, eu jamais trabalharia para desagregar. Eu trabalho para agregar e pensando na união. Foi o que aconteceu, eu tive a coragem e a humildade de recuar e votar no presidente. Mas agora é outro processo, é outro momento e que eu, graças a Deus estou conseguindo o apoio real para que possamos ganhar.

OD: Pretende pedir apoio a ele?

MG: Vou sim, na realidade tenho a característica de agregar e como tenho um respeito pelo presidente, e como votei nele da outra vez vou pedir seu apoio para que ele possa contribuir. Vou me reunir com ele e pedir o voto.

OD: Como o senhor avalia a gestão do Justino Malheiros?

MG: Eu não quero fazer esta avaliação por que estamos em um momento de processo eleitoral. No momento que eu coloquei meu nome a disposição, quero falar daquilo que eu posso fazer. Eu quero implantar toda transparência possível para a sociedade com a Câmara.

OD: Quais serão suas propostas?

MG: A Câmara é a casa do povo. Então ela tem que comunicar com este povo. Isso que nós pretendemos fazer esta aproximação da população. Pretendo abrir um diálogo muito grande com a imprensa para que a mídia possa nos ajudar a fazer um trabalho de aproximação com a população. Temos muito projetos que são aprovados para o bem da sociedade e que não chegam até o cidadão. A sociedade não fica sabendo da importância destes projetos. Hoje o prefeito está aplicando vários projetos importantes para a sociedade que teve a participação da Câmara. Queremos que a casa do povo se comunique com o povo.

OD: A Câmara de Cuiabá ainda sofre com o estigma de ‘Casa dos horrores”. Como exorcizar isso?

MG: Com trabalho. Vou dar um exemplo claro de minha característica. Nós realizamos neste mandato quatro audiências públicas. Fomos aos bairros, nas comunidades. Por que eu acho muito mais fácil a Câmara ir até a comunidade, que tem uma estrutura maior, do que a pessoa sair de seu bairro ir para Câmara. Fizemos uma audiência pública no Doutor Fábio para levar uma base comunitária na região e já está em andamento. Fizemos outra audiência pública no bairro Jardim Fortaleza, onde tratamos a interligação do bairro São João Del Rei até o Doutor Fábio com seis quilômetros de asfalto. Isso ganhou uma proporção tão grande que agora a prefeitura já está discutindo o contorno leste, que é 17 km que vai interligas a Fernando Correa até a Emanuel Pinheiro saindo no fundo da Fundação Bradesco. Você vê que foi uma audiência pública, tratada lá na base, que a Câmara realizou e ainda se discutimos mais a questão de asfalto. Depois deste debate a prefeitura hoje já tem vários projetos licitatórios para asfalto naquela região. Em outra audiência tratamos da revitalização da Lagoa Encantada. Recentemente estivemos no Alto do Boa Vista. Aquela região precisa ser debatida a regularização fundiária. Levamos para o debate a procuradoria geral, o Intermat, todos os órgãos para discutir regularização fundiária.

OD: O vice-prefeito Niuan Ribeiro é pré-candidato à deputado estadual. Caso ele seja eleito, o presidente da Câmara será o vice do prefeito Emanuel Pinheiro, que recentemente teve um pedido de afastamento feito pelo Ministério Público Estadual. Seria a sua pretensão atuar no executivo?

MG: Não, a minha pretensão hoje é ser presidente da Câmara e ajudar sempre a nossa cidade. Eu vejo que o prefeito Emanuel Pinheiro vem fazendo um trabalho produtivo para nossa cidade.

OD: Hoje o senhor tem um bom relacionamento com o prefeito, mas não o apoiou nas eleições. O que mudou?

MG: Não o apoiei. Apoiei na época o deputado Wilson Santos, mas tenho me surpreendido com o Emanuel pelo lado produtivo para nossa capital. Eu vejo que o prefeito Emanuel tem feito um trabalho muito grande para sociedade lá na ponta, nos bairros, onde eu atuo. Posso falar das questões de asfalto, na questão da educação, infraestrutura. Tem muita coisa acontecendo em Cuiabá hoje que vemos o empenho do prefeito para que isso aconteça.

OD: Mas o senhor foi um dos vereadores que assinou a CPI do Paletó.

MG: Eu assinei por que no primeiro momento tinha um elemento e depois colocaram mais elementos. 18 vereadores assinaram. Eu estive em todas audiências, estou esperando o relatório final para que eu possa dar o meu parecer. A sociedade hoje tem uma CPI que está judicializada, mas a infraestrutura da cidade não pode parar. Eu me preocupo com a melhoria dos bairros, com os problemas nos Cemei. Eu me preocupo com todas as frentes de trabalho para melhorar a vida das pessoas da nossa cidade. O meu perfil é este.

OD: O senhor já se reuniu com o prefeito Emanuel Pinheiro para falar de sua candidatura a presidência da Câmara?

MG: O prefeito tem tomado uma posição de ficar neutro, acertadamente, até por que ele não deve interferir em um processo da Câmara. Ele entende até por que vem do legislativo, já foi vereador, deputado. Enquanto ele não interfere ele dá tranqüilidade para que possamos possa desenvolver nossas articulações com os vereadores.

OD: Em caso de ser eleito, o presidente da Câmara que começou como líder comunitário continuará indo até os bairros?

MG: É isso que vou continuar fazendo.

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