Diarista vai à delegacia e denuncia ofensas racistas de patroa

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CAMARA VG

Uma diarista de 33 anos foi à polícia denunciar ter sido vítima de ofensas racistas de sua patroa. O caso teria ocorrido na segunda-feira (2), em Sinop (500 km de Cuiabá).

A mulher, que não quis se identificar, disse ter sido chamada de "preta fedida" e obrigada a passar desodorante pela dona da casa onde trabalha. Segundo ela, a agressões começaram no momento em que chegou.

“Eu cheguei cedo para trabalhar e ela já veio com ignorância. Eu tinha colocado o chinelo e dei ‘bom dia’. Ela, com grosseria, me mandou lavar o chinelo porque estava sujando o tapete”, disse.

A diarista contou que, pouco depois, a proprietária a chamou para um quarto, a humilhou e a obrigou a passar desodorante.

“Ela me disse que, por causa da minha cor, eu era fedida. Nesse momento, eu perdi o chão, nem soube o que dizer”, afirmou.

A mulher, então, aceitou a utilizar o produto. No entanto, a moradora tomou o frasco de sua mão, levantou os braços da diarista e passou ela mesma o desodorante.

A funcionária disse que decidiu retornar o trabalho depois do episódio. No entanto, enquanto estava regando as plantas na sacada, a patroa começou a xingá-la por não usar o regador.

“Ela disse que eu era preguiçosa, que era uma porca e sebosa. Ela também falou que eu era barriguda e precisava emagrecer”, relatou.

A empregada doméstica disse que se sentiu humilhada e não teve forças para terminar o serviço.

“Eu me senti um lixo, um nada. Nunca fui tão humilhada assim na minha vida. Eu não gosto nem de lembrar disso”, disse, aos prantos.

Assim que saiu da residência, ela foi até a delegacia e registrou um boletim de ocorrência contra a patroa.

Além disso, a diarista também procurou uma advogada para aconselhá-la. Ela informou que a advogada pediu provas contra a empregadora para poder processá-la.

“Aí eu vi que não posso fazer nada e ainda corro o risco de sofrer com isso, de ninguém mais me dar emprego. Ninguém me deu apoio por medo”, afirmou a funcionária.

Ela acredita que o seu caso pode inspirar outras pessoas a denunciarem o racismo e assim conseguirem justiça. “A única coisa que posso fazer é divulgar para que alguém tenha coragem de fazer alguma coisa”, finalizou.

 

Fonte: Mídia News

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