Criado em Cuiabá, novo projeto de música eletrônica deve chegar ao mercado internacional

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CAMARA VG

Um novo projeto musical nascido em Cuiabá promete agitar a cena eletrônica internacional nos próximos meses. Criado somente há vinte dias pelos amigos Caio Skinds e Kaled Nasser, ‘The Muhammads’ é um projeto de Tech House que já tem 14 músicas produzidas e gravadas, e que devem ser lançadas em breve com selos gringos.

“Começamos produzindo separados. Nos conhecemos, começamos a fortalecer a ideia e a produzir junto, a fazer música junto, sem ter um projeto com nome”, contou Caio ao Olhar Conceito. “Aí começamos a conversar com pessoas que entendem mais [de música], e eles deram a ideia: vocês já estão produzindo há tanto tempo juntos, porque não dão continuidade, não fazem alguma coisa juntos?”. A sugestão foi acatada. Hoje, os amigos querem entrar ‘de cabeça’ no projeto.

Os integrantes

Caio ‘Skinds’ começou a tocar há cinco anos como DJ, e, logo depois, a produzir suas músicas. Há dois anos, abandonou a carreira de analista de sistemas para se dedicar somente à produção musical. Criou, neste meio tempo, a própria gravadora, a ‘Ocean Wave Records’. “Já estava com intuito de lançar as minhas próprias músicas, aí eu consegui ver quais eram os requisitos pra abrir um selo e lançar a gravadora, tentei abrir por um ano, consegui”.

Kaled, por sua vez, toca há quase quatro anos, e fez um curso de produção musical na International Academy of Electronic Music (AIMEC) de Balneário Camboriú. Junto a Caio e Dj Rox, criou a ‘Embassado Records’.

Tha Muhammads

A ideia dos dois com o novo projeto, no entanto, é focar no mercado internacional. “Estamos com alguns selos pra fechar, todos fora do Brasil. A ideia é dar direcionamento das músicas com selos gringos, [porque] é questão de visibilidade, e de suporte também. Se um DJ de outro selo toca nossa música, dá mais visibilidade”, explica Caio.

Existem também outros motivos, segundo os parceiros, dessa escola. “Aqui no Brasil é uma mesmice, a gente não quer ficar na mesmice. O estilo de som acaba sendo lançado primeiro lá na Europa, e geralmente depois vem pra cá, e demora. Ou seja, os sons que estão tocando aqui, são sons que estão numa linhagem que já está velha”.

Sobre a cena em Cuiabá, os dois acreditam que ainda há potencial de crescimento, mas que, por enquanto, as ‘panelinhas’ atrapalham. “Eu acho que se a galera se unisse mais, conseguiria ter um resultado muito melhor. O foco em Mato Grosso é o sertanejo, não adianta a gente querer lutar contra isso. Mas com certeza, se os grupos não estivessem segregados, estivessem fortalecendo a cena juntos, teria muito mais espaço, conseguiriam alcançar mais público, trazer mais gente”, afirma Caio. “Sempre tocam os mesmos DJs, o que acaba trazendo sempre o mesmo público. Se houvesse DJs de outros grupos, teriam outro público, os amigos desse DJ, amigos de amigos dele, isso não acontece”, completa Kaled.

Para o futuro, os parceiros pretendem se mudar, primeiramente para Curitiba, para investir na carreira, e buscar ainda mais o público internacional, com apresentações fora do país. Sobre o nome, eles explicam: “Estávamos procurando referências árabes para o nosso nome [porque Kaled é árabe], e o Maomé foi uma das figuras mais importantes do islamismo, um profeta direto de Deus. Queremos criar músicas que sejam profecias para ficarem guardadas dentro do coração das pessoas”, finalizam.
 

 

Fonte: Olhar Conceito (Olhar Direto)

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