O telemarketing com suas chamadas indesejáveis. Como evitar?

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CAMARA VG

Autor: Gian Franco Baldo

Talvez nunca nos vimos tão adeptos dos aparelhos de telefonia móvel como agora. Os smartphones têm servido não apenas como dispositivo de comunicação entre as pessoas, mas também como instrumento de trabalho para muitos brasileiros. Com milhares de aplicativos disponíveis, muitas pessoas usam da tecnologia para implementar ganhos e trazer autonomia no dia a dia profissional.

A internet na palma das mãos mudou a vida de muita gente e esse é claramente  um caminho sem volta. Entretanto, estar de posse desses ‘aparelhinhos revolucionários’, pode significar uma grande dor de cabeça quando o assunto é a tal “chamada indesejável”. Há muito tempo, as empresas de telemarketing têm utilizado de muita expertise no sentido de aprimorar o seu alcance, seja através do envio de correspondências, e-mails e principalmente os telefonemas.

Até bem pouco tempo, as chamadas que se resumiam a prefixos telefônicos pertencentes aos estados do sudeste, como o Rio de Janeiro (21) e São Paulo (11), passaram a vir de centrais que efetuam máscaras com o prefixo local do usuário, induzindo o mesmo a atender tais chamadas. E nessa casta temos de tudo: desde campanhas promocionais de operadoras telefônicas, loja, assinatura de jornais, agência financeiras de crédito, entre outros.

Os modernos smartphones, por vezes chegam a identificar essas chamadas como “possível fraude” ou “spam”, informação que é contumaz em muitas dessas chamadas, visto que muitos usuários já cansados de tantas chamadas denunciaram esses números por meio dos próprios bloqueadores instalados em seus aparelhos.

Algumas pessoas chegam a receber mais de 10 chamadas do tipo por dia, e logicamente que isso vem acompanhado de muito incômodo visto que com a internet cada vez mais presentes em nossas vidas, acabamos preenchendo cadastros em sites dos mais diversos tipos, e  muitos desses dados acabam sendo captados por empresas que fazem uso desses dados para promover o marketing das suas marcas e produtos.

Alguns cuiabanos, chegam a relatar que recebem por dia mais chamadas de telemarketing em seus aparelhos do que dos seus contatos pessoais. Com o aumento das reclamações e denúncias de perturbação, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) criou um cadastro nacional para proteger as pessoas dessas chamadas.

O “Não me Perturbe” criado em julho de 2019 passou a aceitar o cadastro de pessoas interessadas em não receber mais as chamadas oriundas de empresas que possuem o telemarketing como forma de promover seus produtos e só na primeira semana o sistema registrou mais de um milhão e meio de números cadastrados. Aos interessados o procedimento é bem simples: basta acessar o site https://www.naomeperturbe.com.br preencher um breve cadastro apontando o número telefônico em que não deseja mais receber tais chamadas. A partir daí as empresas têm um prazo de até 30 dias para excluir dos seus bancos de dados os números dessas pessoas.

Como o próprio site diz, o “Não me Perturbe” visa evitar a oferta de produtos e serviços por meio de contato telefônico provenientes exclusivamente das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações (Telefone móvel, telefone fixo, TV por assinatura e Internet) e pelas Instituições Financeiras (operações de Empréstimo Consignado e Cartão de Crédito Consignado). Até pouco tempo atrás essa lista resumia apenas às operadoras telefônicas, mas diante das intensas reclamações junto a Anatel, a listagem aumentou incluindo também as instituições financeiras. Dentre a lista de bloqueios possíveis, temos todas as operadoras de telefonia presentes no país, além de 29 instituições financeiras.

Mas vale lembrar, que o sistema em si não bloqueia todas as chamadas. Sua atuação ocorre somente na questão do telemarketing de serviços e ofertas que não foram solicitados pelo cliente, portanto as ligações que não sejam sobre ações de marketing ou que fiquem silenciosas ao atender, não serão bloqueadas. Alem disso, quanto às financeiras, algumas ligações para confirmação de dados e para identificar possíveis fraudes financeiras como o uso indevido de cartões ou movimentações, continuarão sendo recebidas normalmente e serão bloqueados somente os telefonemas referentes a ofertas de empréstimos consignados e cartões de crédito consignados. Mas não estranhe caso após o cadastro continue a receber esses telefonemas, pois as empresas possuem um prazo de até trinta dias para excluir os números telefônicos. Portanto, se você está passando por essa situação esse é um caminho interessante, que aliado aos bloqueadores disponíveis nas lojas de aplicativos, pode lhe trazer um pouco mais de paz no que diz respeito a essas chamadas.

Gian Franco Baldo é investigador de Polícia lotado na Gerência de Suporte Técnico, formado em Técnico em Telecomunicações e Especialista em Tecnologia em Segurança Pública. 

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