Deputado pede cassação de vereador que sacou arma durante sessão em MT

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Reprodução
CAMARA VG

O deputado estadual Ulysses Moraes (PSL) apresentou nesta quarta-feira (23) um pedido de cassação de mandado do vereador de Querência, a 912 km de Cuiabá, Neiriberto Martins Erthal (PSC), por quebra do decoro parlamentar.

O documento foi enviado à Casa após Neiriberto sacar uma arma de fogo durante uma discussão dentro do plenário com o colega Edmar Batista (PDT). Um servidor público, identificado como Juliano Rafael Teixeira Enamoto, também assina o pedido.

O documento aponta para a “quebra de decoro parlamentar com possibilidade de cassação do mandato por ato que atinja a dignidade”. Na justifica, eles afirmam ainda que a situação “manchou” a imagem da Câmara de Querência, tendo repercussão em diversos veículos de comunicação no país.

“Os nobres edis se orgulham do município de Querência? (…) O medo e pânico vivenciado pela população presente em momentos de claro desespero (…) atentam contra o decoro parlamentar. Os atos do vereador são condenáveis e merecem ser abominados da política com resposta condizente”, diz outro trecho.

OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Canarana, enviou nesta terça-feira (22) um pedido de providências à Câmara de Querência. Conforme o documento, a entidade diz que não busca dar razão a nenhum dos envolvidos, mas que acredita que a Casa de Leis não pode se “silenciar” sobre o ocorrido.

Entenda o caso

Segundo o boletim de ocorrência, Neiriberto se levantou da cadeira, foi até Edmar e deu um soco nele, que se desequilibrou e caiu. Antes de levantar, o vereador faz acusações a um colega. “O trabalho é feito, ele é organizado. Vossa excelência seja homem e assuma que recebeu doação”.

Depois do soco, Neiriberto teria agredido ainda mais o colega. A PM, que fazia policiamento fixo no local, interveio e conteve ambos. Porém, enquanto um dos policiais afastava Neiriberto, o vereador sacou uma arma e fez ameaças a Edmar.

Contido, o parlamentar foi levado para outra áreas. O outro foi levado para o abrigo atrás da bancada e, depois, para fora do plenário. Não houve disparo, informou a Polícia Militar.

“Mal-entendido”

Em sua defesa, Neiriberto disse ao Primeira Página que conhece o colega há 22 anos e que o que aconteceu foi um mal-entendido. Ele disse não saber ao certo o que motivou a discussão, já que ambos estavam contra um mesmo projeto, de aumentar o número de vereadores dos atuais nove para 11.

“Foi um mal-entendido, a gente estava com o mesmo posicionamento sobre o projeto. Talvez ele pensou que eu estava falado dele, eu nem sei porque começamos a discutir”, disse.

Neiriberto, que é policial militar aposentado, tem posse e porte de arma de fogo, e registro do revólver calibre 38 com o qual ele estava na sessão.

O vereador falou que não tem o costume de andar armado, mas que decidiu levar a arma para a Câmara nessa segunda-feira em razão de “ameaças”. Disse ainda que a arma sequer tem munição.

O Primeira Página entrou em contato com o presidente da Câmara de Querência, Telmo Brito (PDT), mas ele não atendeu ou retornou às ligações e mensagens até a divulgação desta matéria. A reportagem também buscou contato com o deputado Ulysses Moraes, mas ele estava com o celular desligado.

Fonte: Primeira Página

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