PT proíbe deputados de integrarem CPI e determina que Allan Kardec saia da sub-relatoria

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CAMARA VG

A Executiva Estadual do Partido dos Trabalhadores apresentou nesta quarta-feira (31) uma resolução política na qual proíbe seus dois deputados, Allan Kardec e Valdir Barraco, de participarem da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que irá investigar a aplicação dos Fundos do Governo. Com a decisão, embora contrariado, Allan Kardec deve deixar a sub-relatoria da CPI, cargo ao qual havia sido designado na tarde da última terça-feira (30).

“A sociedade quer que os deputados, que a Assembleia, cumpram seu papel. Essa CPI é um grande conluio para que o Legislativo possa passar a mão na cabeça do Executivo e fazer com que aquilo que são denuncias gravíssimas acabe em pizza. Eu já havia adiantado para a oposição de que o partido dos trabalhadores só tomaria alguma decisão após a deliberação da executiva. O deputado Allan Kardec sabia disso. Hoje falei com ele e ele me disse que irá acatar a decisão”, disse o presidente do partido, deputado Valdir Barranco, durante coletiva de imprensa.

Com a saída de Kardec, a CPI deverá mais uma vez recrutar um suplente para compor a Comissão. Isto porque os deputados Leonardo Albuquerque (PSD) e Janaina Riva (PMDB) também rejeitaram a indicação do presidente do Legislativo, Eduardo Botelho (PSB) para integrar, como membro titular, o grupo que irá conduzir as investigações.

As alegações são diferentes. Janaina, assim como a executiva do PT, não concorda com a formação do grupo de deputados que foram indicados por Botelho. Albuquerque, por sua vez, classificou a CPI como “desnecessária”, além de destacar que sequer assinou o requerimento que pedia a abertura das investigações.

Além de Leonardo e Janaina, haviam sido escolhidos como titulares os deputados Professor Adriano (PSB), e Ondonir Bortolini, o Nininho (PSD). Os suplentes eram Guilherme Maluf (PSDB), Romoaldo Júnior (PMDB), Dilmar Dal Bosco (DEM) e Wagner Ramos (PSD). Botelho nomeou também o deputado Mauro Savi (PSB) como presidente da Comissão.

“Há um interesse do Partido dos Trabalhadores de que sejam feitas as investigações, mas a partir do momento em que a CPI é instalada, mas não cumpre aquilo que havia sido acordado com a oposição, nós já começamos a perceber que houve sim uma mesa redonda entre o Governo e seus componentes. Nós sabemos que CPI custa caro, nós já sabedores disso, não queremos compactuar com uma CPI que vai acaba em pizza”, justificou Barranco.

O imbróglio

Conforme divulgado pelo Olhar Direto, Botelho havia determinado que os nomes dos deputados que iriam compor a CPI fossem definidos até a semana passada, mas as lideranças partidárias decidiram que iriam aguardar o fim do recesso parlamentar para criarem um novo bloco com deputados que pretendem deixar a base do Governo na Assembleia para assumir uma postura de independência. Porém, Botelho seguiu o que havia anunciado anteriormente e nomeou na última sexta-feira (CPI) os deputados que irão integrar a Comissão.

Atualmente, a Assembleia Legislativa possui dois blocos: "Integração", do grupo que apoia o governo, e "Independente", da oposição, liderados por Dilmar Dal’Bosco (DEM) e Janaina Riva (PMDB), respectivamente.

Rota de colisão

Na tarde da última terça-feira, momentos antes da reunião que definiu os membros da CPI, o deputado Allan Kardec criticou a postura de sua colega, Janaina Riva, que decidiu deixar a Comissão por não concordar com os nomes que haviam sido indicados por Botelho.

Kardec disse concordar que a Comissão, do modo como foi formada, é governista. Mas defendeu que o papel da oposição é justamente participar do debate, até para fiscalizar as ações da CPI.

Na tarde desta quarta-feira Allan Kardec não compareceu a coletiva de imprensa do PT, mas Barranco garantiu que, embora contrariado, o deputado iria atender a determinação do partido. Após a coletiva, o Olhar Direto tentou contato com Allan Kardec, mas as ligações não foram atendidas. 

Olhar Direto.

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