Viúva critica homenagem a PM envolvido na morte de tenente Scheifer e cobra celeridade

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CAMARA VG

Tássia Paschoiotto Scheifer, viúva do tenente Carlos Scheifer, do Batalhão de Operações Especiais (Bope), que foi morto em maio de 2017, com tiros da arma de um colega, se manifestou sobre a homenagem que um dos policiais envolvidos na morte de seu marido recebeu da Polícia Militar. A esposa desabafa e também cobra alguma resposta, já que o caso ocorreu há mais de um ano e as apurações ainda não foram concluídas.
  
O cabo da PM, Lucélio Gomes Jacinto, dono da arma da qual saiu o tiro que matou o tenente Scheifer no ano passado, foi homenageado pela Subchefia do Estado Maior Geral da Polícia Militar, por seus serviços prestados.

A Honra ao Mérito foi compartilhada pelo PM em suas redes sociais e chegaram até Tássia. A esposa de Scheifer fez uma postagem em seu perfil no Facebook criticando a homenagem.

“Quando você acha que já viu de tudo nessa vida, vem a @pmmt_oficial por meio do maravilhoso subchefe do Estado Maior Geral da Polícia Militar do Estado do Mato Grosso, excelentíssimo Sr. Cel. Henrique Correia da Silva Santos e concede ao mais maravilhoso ainda cabo Lucélio Gomes Jacinto, honra ao mérito pelos maravilhosos serviços prestados. Gente, honra ao mérito p um cara que matou o meu marido”, diz Tássia em sua postagem.

A viúva relembrou o caso, que foi da arma de Jacinto que saiu o tiro que matou Scheifer, e criticou a falta de solução no caso, que já se arrasta por mais de um ano.

“Mil versões foram dadas até o momento e nenhuma delas confirmada, até porque é muito difícil a Segurança Pública do Estado desvendar este caso. Absolutamente nada foi feito até agora (além dos vários julgamentos que fazem a meu respeito)”.

A Corregedoria da Polícia Militar ainda apura o caso. O Olhar Direto entrou em contato com a assessoria da PM, mas ainda não recebemos uma resposta sobre a homenagem. A reportagem também tentou contato com o cabo Lucélio, mas ainda não fomos respondidos.

 

O caso
 
O tenente Scheifer foi alvejado no abdômen enquanto participava da operação de buscas pelos criminosos no Distrito de União do Norte, próximo a Peixoto do Azevedo (695 km de Cuiabá) no último dia 13 de maio. A vítima havia integrado o batalhão há pouco tempo, depois de deixar o Grupo Especial de Fronteira (Gefron).
 
A princípio, a história repassada pelos colegas de Scheifer era de que ele teria sido atingido durante um confronto com a quadrilha que perseguiam na operação. No entanto, no último mês de agosto o corregedor-geral da Polícia Militar na época, coronel Carlos Eduardo Pinheiro da Silva, afirmou ao Olhar Direto que o tal confronto foi inventado e o tenente morreu vítima de um disparo feito por um de seus colegas durante um patrulhamento. Por causa disso ele sugeriu novas diligências.
 
Antes da morte do policial, os militares da região e do Bope haviam capturado quatro homens suspeitos de integrarem a mesma quadrilha. Essas prisões levaram à apreensão de armas, entre as quais dois fuzis 556, e munições. O Ministério Público e a 11ª Vara Militar também analisaram o inquérito e concordaram com a realização de novas diligências.

 

Fonte: Olhar Direto

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