Sem Bolsonaro no debate, candidatos evitam ataques e pregam pacificação

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© VEJA Jair Bolsonaro (PSL), Marina Silva (Rede), Geraldo Alckmin (PSDB), Ciro Gomes (PDT) e Fernando Haddad (PT)
CAMARA VG

O debate entre os candidatos à Presidência da República promovido por TV Gazeta, Estadão, Jovem Pan e Twitter foi marcado pela defesa da não violência. Ao iniciar suas falas, Geraldo Alckmin (PSDB)Marina Silva (Rede) e Henrique Meirelles (MDB) enfatizaram a necessidade de se pacificar a sociedade, em referência ao atentado em que o candidato do PSL, Jair Bolsonarofoi atingido por uma facada, na última quinta-feira, em Juiz de Fora (MG).

No primeiro bloco, os candidatos escolheram os rivais para responder às suas perguntas. Quase todas as questões se referiram a propostas dos adversários, exceto por Guilherme Boulos (PSOL), que partiu para o ataque a Meirelles.

Meirelles foi o primeiro a perguntar, escolheu Alckmin para responder à sua questão. "Como vamos mudar esse radicalismo que tanto prejudica o Brasil?", perguntou, mencionando o incidente "lamentável" contra Bolsonaro. "É necessário um grande esforço conciliador". Sempre que há um esforço de união nacional, de pacificação, que é o que eu defendo, a democracia consolida-se.", disse o candidato tucano.

Meirelles criticou seu adversário: "O senhor prega a pacificação, no entanto, quando Bolsonaro ainda estava na sala de cirurgia, seu programa o atacava fortemente. Isso não é uma atitude de radicalização?". Alckmin afirmou que o emedebista "não viu" seu programa. "Nunca pregamos a violência. Sou contra qualquer tipo de radicalismo."

Henrique Meirelles (MBD) criticou propaganda eleitoral de Geraldo Alckmin (PSDB)

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No segundo bloco, comentando que o atentado contra Bolsonaro aumentou a divisão entre os campos políticos no Brasil, a jornalista Vera Magalhães perguntou a Boulos se ele considera que a esquerda ajudou a fomentar a polarização no País, com o discurso do "nós contra eles que vigorou desde o governo Lula".

"Temos que diferenciar o que é violência e ódio na política e o que é polarização social. Quando diferença transborda para o ódio, isso é inadmissível. Aliás, essa semana, faz seis meses do assassinato covarde de Marielle (Franco, vereadora pelo PSOL), sem que a gente saiba quem matou e mandou matá-la. Bolsonaro sofreu ataque e repudiamos. Todas as diferenças que tenho com Bolsonaro vamos resolver na política, não na violência. Querer achar o pai da polarização é hipocrisia", respondeu Boulos.

Ciro pediu para comentar a pergunta de sobre polarização a Boulos, fazendo um gesto de "vem" com as mãos para a jornalista, que acabou escolhendo Meirelles para comentar. "Temos que promover o diálogo e caminhar juntos para a frente", disse o emedebista. 

Ciro Gomes: O candidato do PDT, Ciro Gomes, durante debate entre presidenciáveis realizado pelo 'Estado'

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Na tréplica, Boulos afirmou que, "efetivamente, a violência não é o meio para mudar o País". "Quem perde com uma campanha marcada por clima de violência é a democracia. Precisamos condenar todo tipo de violência, inclusive a que atinge a juventude negra nas periferias. Para enfrentar a violência, vamos fazer de cima abaixo", respondeu Boulos.

Em suas considerações finais, Marina lembrou que "esse é o primeiro debate depois do atentado contra Jair Bolsonaro". "Tenho dito reiteradas vezes que entrei nessas eleiçõesmesmo com todas as dificudadades de não ter tempo de TV, de não ter dinheiro, mas disse que entrei para oferecer a outra face. Para a face do ódio, o amor. Para a face da violência e do desrespeito, temos que ter tolerância, respeito com as ideias dos outros. Sou mulher, sou mãe de quatro filhos. Vi a violência perto de minha vida desde a adolescência. Tivemos o assassinato da Marielleatentado ao Lula e atentado contra Bolsonaro. Não vamos chegar a lugar nenhum com um País dividido. Quero chamar você, mulher, para fazermos um grande movimento para unir o Brasil. Um País próspero e bom de se viver", afirmou a candidata da Rede.

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