Maria Lúcia diz que não tem “vergonha” de Lula enquanto adversários têm torturadores como referência

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CAMARA VG

Já no vocabulário a ex-reitora da UFMT Maria Lúcia Cavali Neder (PCdoB), candidata ao Senado na chapa encabeçada por Wellington Fagundes (PR), deixa claro de que lado quer entrar para a história política que está sendo escrita no Brasil. Chama Dilma Rousseff (PT) de presidenta e usa o termo golpe ao se referir à deposição da petista. Para ela, a prisão do ex-presidente Lula (PT) é fruto de uma acusação muito frágil. Em entrevista concedida ao Olhar Direto, a professora universitária reforçou o orgulho que sente de suas referências à esquerda. “Diferente de outros candidatos que têm como referencia torturadores da época militar”, compara.
 
A ex-reitora falou sobre suas estratégias políticas para a reta final da campanha e apresentou ideias de reforma no modelo tributário brasileiro que corrijam, segundo ela, injustiças. Para educadora, o Estado brasileiro penaliza demais a classe trabalhadora e não recolhe o que deveria dos mais abastados. Maria Lúcia também criticou o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), líder nas pesquisas de intenção de voto, por declarações a respeito de mulheres e homossexuais. Sobre o kit gay que Bolsonaro tanto fala, por exemplo, sustenta tratar-se de “mentira de um candidato que não tem responsabilidade com a verdade”.
 
Entre os postulantes ao Senado Federal, ela faz parte de uma minoria que tem regionalizado o polarizado debate nacional. Uma de suas estratégias é colar seu nome no do presidenciável petista Fernando Haddad. Para ela, seus adversários não fazem o mesmo porque se envergonham dos candidatos que apóiam nacionalmente “Então eu não tenho vergonha do meu candidato. Eu tenho orgulho de estar apoiando o Haddad”.
 
Maria Lúcia é a candidata mais à esquerda da coligação ‘A Força da União’, que além de Wellington lançou Adilton Sachetti (PRB) à outra vaga ao Senado. Rebate argumentos de quem defende a tese de estado mínimo e em seus horários eleitorais tem criticado duramente as reformas impostas pelo presidente Michel Temer (MDB). Seu colega de chapa, deputado federal Adilton Sachetti, votou pelo impeachment de Dilma Rousseff e a favor da reforma trabalhista, o que acabou provocando sua saída do PSB após ameaças de expulsão. Sobre as diferenças ideológicas com Sachetti, Maria Lúcia diz que mantém suas posições. “Somos da mesma coligação, mas isso não impede você de ali fazer críticas”, explica.
 
Confira abaixo a íntegra da entrevista concedida por Maria Lúcia ao Olhar Direto:
 
Olhar Direto: Como está sendo a reta final da campanha. As pesquisa têm mostrado um candidato liderando a disputa pela primeira vaga, mas uma briga muito acirrada pela segunda e isso em um cenário em que o eleitor tem candidatos para todos os gostos. A senhora, filiada ao PCdo B, militante da educação e ex-reitora da UFMT; três representantes do agronegócio e do setor produtivo; uma juíza aposentada que empunha a bandeira do combate à corrupção e o Procurador Mauro, também à esquerda e conhecido do eleitor por disputar outras eleições. Nesse cenário, qual é a estratégia da senhora para alcançar a vaga ao Senado?
 
Maria Lúcia: Nós estamos muito otimistas e empenhados. Primeiro porque a nossa campanha é a campanha de um projeto voltado para os mais necessitados e também para a classe trabalhadora. Quer dizer, nós também temos um marco muito forte que é a defesa de um povo trabalhador e principalmente as pessoas de baixa renda. Nós estamos muito empenhados também na eleição do nosso presidente Haddad e a sociedade de forma geral aqui em Mato Groso já consegue identificar a professora Maria Lúcia, candidata ao Senado, como a única candidata que realmente tem o lado do povo trabalhador, da classe menos favorecida e ela também tem a compreensão de que nos nossos governos populares tanto do presidente Lula quanto da presidente Dilma houve uma melhora de vida para toda a população brasileira com políticas publicas muito fortes para o emprego. Nós criamos 14 milhões de empregos nesse período; programas como o Minha Casa, Minha Vida; o Luz Para Todos; ampliação do SUS; farmácia popular; alimentação na mesa do brasileiro; a possibilidade de crédito para comprar seus móveis, sua geladeira, seu fogão. A gasolina com preço razoável.

 

Fonte: Olhar Direto
 

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