Número desenfreado de mortes faz preços de caixões dobrarem; funerárias descartam uso de contêineres para corpos

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Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto
ALMT TRANSPARENCIA

O número desenfreado de mortes causadas pela Covid-19, principalmente nesta segunda onda, fez o preço das urnas funerárias praticamente dobrar. As concessionárias de Cuiabá e Várzea Grande explicam que estão preparadas para atender a população neste momento tão doloroso, e possuem um bom estoque, já que estavam sendo avisadas de uma possibilidade de novo aumento de casos desde dezembro. A principal dificuldade tem sido achar insumos (luvas, materiais de EPIs, máscaras, etc) que também tiveram aumento e sumiram das prateleiras. Além disto, descartam a utilização de contêineres para guardar corpos.

A Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário (Abredif) fez, em março do ano passado, uma reunião com os fabricantes e fornecedores de insumos, já prevendo os estragos que a pandemia faria no país. Naquele momento, foi feito uma estimativa em cima de dados de outros países, que já estavam passando pelo pico da Covid-19.

“Peguei aqueles números e fiz uma programação com meus fornecedores, jogando uma margem acima dos atendimentos de outros países, onde estava acontecendo o pico. Joguei 20% acima e conseguimos atender com a mesma equipe praticamente. Cuiabá foi uma das capitais que não enfrentou problemas no setor funerário e conseguimos atender bem a demanda”, explica ao Olhar Direto Paulo Mendonça, dono da funerária Santa Rita.

Nilson Marques, diretor da Pax Nacional e proprietário da funerária Dom Bosco, explicou à reportagem que desde que foram surgindo os primeiros casos nos EUA e também no Brasil, as empresas foram atrás de produtos para deixar em seu estoque, justamente para evitar que a população ficasse desassistida.

“Conseguimos nos antecipar a primeira onda. A Vigilância Sanitária pediu uma reunião conosco, justamente preocupada com cenas como vimos em outras cidades, em que foram necessários contêineres para guardar os corpos. Mas isso não deve acontecer aqui, porque temos funerárias muito bem estruturadas, não são pequenas. Como temos um poder maior de compra, conseguimos estocar urnas funerárias, buscar mais carros no Sul, insumos, entre outros”, explicou Nilson.

Segundo Paulo Mendonça, este ano os preços subiram quase 120%. “As urnas funerárias praticamente dobraram de valor. Mais do que isso, os insumos também, como luvas, materiais de EPIs, macacão, óculos. Tem produtos pequenos que chegaram a 160% de acréscimo. Além disto, a disponibilidade também é complicada. Você não acha mais em qualquer lugar, tem que encomendar e demora para chegar”.

 

Fonte: Olhar Direto – Wesley Santiago

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